A estratégia é antiga e manjada: tratar como paranoia de maluco qualquer denúncia de doutrinação esquerdista nas escolas e universidades. Faz tempo que a esquerda não consegue debater ideias com liberais e conservadores, restando apenas essas táticas patéticas de “debater” com espantalhos, de ridicularizar o adversário ideológico ou de rotular todos de “fascistas” logo de um vez.
Qualquer pessoa minimamente honesta vai reconhecer que há uma hegemonia de esquerda nas escolas e universidades brasileiras. Flávio Gordon explicou o fenômeno muito bem em A corrupção da inteligência, que já está indo para sua quinta edição. Não se trata de uma questão de opinião, mas de fatos observáveis, e comprovados pelas estatísticas.
Mesmo nos Estados Unidos o viés esquerdista é enorme, e demonstrado pelo apoio maciço dos professores ao Partido Democrata. Em pesquisas, aqueles que assumem ter uma visão de mundo “liberal” (para padrões americanos) são sempre muito mais do que os que alegam ter uma visão mais conservadora. Não resta a menor dúvida: a academia está tomada por esquerdistas.
No Brasil, são marxistas mesmo, aos montes. E o PSOL e companhia começam a praticar lavagem cerebral desde cedo, em crianças novas. Depois, quando chega no mestrado e no doutorado, já há um filtro que só permite vermelhos, e basta comparar a quantidade de teses sobre pensadores marxistas com aquelas sobre conservadores para não deixar margem a dúvidas. Recomendo o podcast Ideias desta semana, que foi justamente sobre o ambiente de censura à direita nas universidades:
Mas, diante desse quadro inegável de viés esquerdista, o que faz a esquerda? Apresenta argumentos? Dados, fatos, estatísticas? Claro que não! Apela para o “Zorra Total”, um programa supostamente de humor, que apresentou um esquete sofrível e sem graça do que seria a paranoia dos reacionários do Escola Sem Partido.
No quadro, a professora de matemática que manda Joãozinho dividir igualmente morangos é a prova do comunismo em sala de aula, não só pelo “dividir igualmente”, como pelos morangos, que são vermelhos (nossa, que engraçado!). Em seguida, um arco-íris desenhado prova o viés LGBT, e mais não consegui ver, porque acabou o estoque de Engov em casa.
É essa a visão que a turma quer passar para o público, inclusive com crianças na sala de aula do próprio programa. Quem condena a doutrinação esquerdista nas escolas está vendo pelo em ovo, fantasmas, comunistas que não existem mais por toda parte, claro. Não há nada parecido com doutrinação esquerdista no mundo real, não é mesmo?
Alguns ainda tentam bancar os “isentões” e admitem, vejam só!, a existência dessa doutrinação socialista, mas na mesma proporção que aquela religiosa. Que imparciais, esses sujeitos! É por isso que Dom Lourenço de Almeida Prado, e não o comunista Paulo Freire, é o “patrono” da educação brasileira, não é mesmo? Ops!
Negar uma obviedade, qual seja, a existência de um grave problema de doutrinação ideológica no ensino brasileiro, é algo que só mesmo a esquerda canalha poderia fazer. Divergir sobre como resolver o problema tudo bem, é legítimo, faz parte do jogo, e ninguém é obrigado a concordar com a receita do Escola Sem Partido. Mas daí a sequer reconhecer a existência do problema vai uma longa distância, aquela que separa as pessoas sérias dos embusteiros que querem só continuar doutrinando, cada vez mais cedo…
Rodrigo Constantino