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A entrevista da secretária da Cultura Regina Duarte na CNN espalhou polêmica pelas redes sociais e o tema foi para o topo de tendências. Fiasco foi uma palavra muito usada, mas não faltaram críticas duras à emissora também.
Defensora da ditadura, desequilibrada, sedada: os detratores do presidente não economizaram nos ataques. Do outro lado, olavistas condenaram também a postura da secretária, que reclamou do excesso de palavrões usados pelo escritor Olavo de Carvalho.
Estou chocado - ou não - com a facilidade com a qual muitos estão detonando Regina Duarte, ignorando todo seu legado, o alerta corajoso sobre o PT, tudo pois é do governo Bolsonaro. Em que isso difere do que faz a ala mais radical bolsonarista ao transformar todos em traidores?
Como venho alertando, os "radicais de centro" não são tão diferentes dos olavistas como gostam de crer. Tribos fanáticas não aceitam nuanças. Para a tribo dos "liberais", se vc elogiar alguma coisa do governo é um monstro, gado, robô ou "velho de pau mole". É asqueroso de ver!
Aliás, por falar em olavismo, eis onde os extremos se encontram: tantos os "radicais de centro" como os olavistas estão fritando Regina, desejando sua saída do governo. Estão unidos nessa missão, enquanto ela segue tentando construir pontes e fazer o melhor pelo país...
Quando Joaquim Levy, um quadro sério e técnico, foi para o governo Dilma - do PT! - alertei que dificilmente ele conseguiria ditar os rumos, mas torci por isso, pelo país, e não detonei o economista, que buscava o melhor. Hoje vemos "liberais" detonando Paulo Guedes por causa de Bolsonaro!
Mas esses "radicais de centro" não conseguem se dar conta de como perderam a mão, de como se tornaram amargos e raivosos, agressivos e oportunistas, agindo como idiotas úteis da esquerda radical porque odeiam o presidente e seus filhos. Jogam contra o Brasil.
O ódio a Bolsonaro tem mesmo turvado a razão de muitos "liberais" e "conservadores". Eles vão ao delírio agora até com os ataques histéricos daquele professor papagaio, com boa memória para datas e péssima capacidade de análise, só porque detona a família do presidente.
Voltando à entrevista, Regina se mostrou bastante calma quase o tempo todo, até se irritar e interromper a entrevista, talvez excessivamente provocadora. Tese: todos que se aproximam do bolsonarismo ficam mais irascíveis e agressivos; antítese: quem tenta fazer o melhor para o país no governo fica logo de saco cheio da imprensa que só quer intriga e picuinha; síntese: algo no meio do caminho?
Sobre a morte de artistas conhecidos, Regina respondeu que não queria transformar sua secretaria em um obituário, lembrou que a população estava cultuando essas pessoas e que não era preciso o estado para tanto, tentou respeitar a dor das famílias e alegou ter mandado mensagens diretas. Não bastou!
As mentalidades estatizantes acham que nada que não passa pelo estado existe. Cobram o papal timbrado, o reconhecimento burocrático, pois vivem no mundo da estética. Lamentável. Regina tentou celebrar a vida em meio a muito pessimismo mórbido espalhado por abutres. Pode ter exagerado na forma, mas não questiono as intenções. Já os abutres viram nisso uma oportunidade extra para detonar a secretária.
Não está nada fácil tentar construir pontes no Brasil de hoje. E não, isso não é culpa só de Bolsonaro.