Já comentei sobre a prisão da ativista Sara Winter, e volto ao assunto para reforçar o ponto central: o duplo padrão em vigor no país cansa, e com razão. Há um salvo-conduto para quem é de extrema esquerda, e isso é inegável.
O pedido de prisão da ativista não se deu com base em ameaças de socos em ministros do STF ou no ato em si deste fim de semana. Já havia sido pedido antes, pelo PGR, e com base em "manifestações antidemocráticas". O uso da Lei de Segurança Nacional assusta, e o deputado Paulo Eduardo Martins toca na ferida:
O deputado acrescentou: "Não aprovo a forma de manifestação do grupo, mas a CF garante a eles o seu direito de se manifestar e também os seus limites. A lei deve ser para todos. O problema é quando a lei só é aplicada a quem é conveniente, como parece ser o caso".
A Justiça solta milhares de bandidos com pretexto da pandemia; o STF muda interpretação de lei uma vez mais para soltar Lula; ministros comparam governo ao nazismo; Antifas e torcidas organizadas marginais "protestam" chamados de democratas pela mídia; o MST invade propriedades, assim como o MTST; comunistas, com partidos oficiais, enaltecem ditaduras: mas isso tudo é normal em nosso país!
Perto dessa turma realmente perigosa, Sara Winter é uma boba fanática brincando de revolucionária. Comanda um grupelho de umas dez pessoas, e sua grande "arma" são fogos de artifício. Eis o tal "bombardeio ao STF"? O que chama a atenção do povo é a assimetria, o duplo padrão, o salvo-conduto para os reais fascistas.
Tudo bem Sergio Moro entrar na onda e defender a prisão de radical que supostamente ameaça fisicamente uma instituição ou seus membros, mas poderia ao menos estender isso a todos? Do jeito que ele vai, daqui a pouco vai chamar o MST de movimento social, assim, sem aspas mesmo... ops!
É exatamente como no dia da votação do impeachment: um deputado de extrema esquerda pode enaltecer na tribuna terroristas comunistas, como Margihella, ou ditadores, que está tudo bem, mas quando Bolsonaro menciona Ustra, o mundo vem abaixo. O povo percebe o duplo padrão, e isso só prejudica a credibilidade da mídia e das instituições.
Dito isso, bater de frente com o establishment é complicado. O sistema, que tem claro viés esquerdista, é muito poderoso, e se articula para derrubar Bolsonaro. Caberia ao presidente ter mais jogo de cintura, talvez, entender que mudanças não se darão da noite para o dia. Ele terá de acender algumas velas ao Diabo, jogando ração para os "moderados" que exigem retratação pública sempre quando a dita direita se excede, enquanto jamais cobrou a mesma conduta dos radicais de esquerda.
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