Fui surpreendido esta semana com a seguinte chamada no Globo: “Falta aos brancos ler os autores negros”. Era uma entrevista com Djamila Ribeiro, filósofa que lança o livro “Pequeno manual antirracista”. Jeito estranho de combater o racismo este, que reforça o critério da “raça” como mais relevante.
Segregar com base na raça é algo que só alimenta o racismo. No mais, acredito que devemos focar no mérito individual, sem levar em conta a cor do autor. Leio os autores que julgo bons, descarto os que considero ruins, e a tonalidade da pele não costuma interferir em absolutamente nada na escolha.
Mas já que a filósofa recomendou a leitura de autores negros, vamos lá. Gosto muito de Thomas Sowell, um dos maiores pensadores vivos. Li vários livros seus, livros em que ataca as falácias econômicas da esquerda, combate o multiculturalismo “progressista”, ou mostra, com dados empíricos, o fracasso das ações afirmativas para negros. Recomendo.
Li também livros de Walter Williams. Ele mostra como o racismo é ineficiente do ponto de vista econômico. O livre mercado, ao contrário da alocação de recursos pela via política, é do interesse das minorias normalmente discriminadas. Para sustentar seu ponto, o autor utiliza argumentos teóricos, assim como vários casos empíricos. Ótima leitura!
Em “O marxismo e a questão racial”, de Carlos Moore, aprendi como Marx e Engels deram declarações dignas de um Hitler ou de supremacistas brancos, e como Fidel Castro instituiu uma ditadura racista em Cuba. O autor comprova que não se trata de afirmações fora de contexto; ao contrário: os comunistas defenderam em várias ocasiões esta visão imperialista ariana e racista. Era parte essencial de sua ideologia.
Se falarmos de autores brasileiros, temos ninguém menos do que Machado de Assis, com quem podemos aprender sobre os perigos do “cientificismo racionalista” de Simão Bacamarte, ou do risco das ideias fixas e das panaceias, com Brás Cubas.
Enfim, vários autores negros merecem mesmo ser lidos. Talvez a filósofa não aprecie tanto a minha lista. Ela não tem ligação, afinal, com o fato de serem autores negros, e sim por serem autores bons.
Artigo originalmente publicado pela ZH
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