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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Bateu desespero na terceira via tucana

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Nunca acreditei nessa tal terceira via, e o motivo é bem simples: ela desce do muro sempre do lado esquerdo, caindo direto no colo do PT. Ou seja, é uma "terceira via" que demoniza o governo Bolsonaro - ainda que imperfeito, o primeiro de direita faz tempo - enquanto alivia a barra do ladrão.

Quem quer que tente se colocar como equidistante nessa "polarização", como se houvesse equivalência moral entre Bolsonaro e Lula, no fundo é um esquerdista e será incapaz de atrair os votos conservadores. Ainda mais se o próprio capo da quadrilha petista estiver no pleito, como é o caso.

Somente um verdadeiro antípoda de Lula pode representar a direita. O governo atual tem defeitos, claro, mas essa turma tucana não tem feito críticas construtivas ou pontuais, e sim atacado todo o governo de forma demagógica. Até Paulo Guedes passou a ser alvo. Até Tarcísio Freitas! E o povo percebe o jogo sujo.

Mas a tal "terceira via" insiste, com vários nomes tendo sido lançados como balões de ensaio. Até o radical esquerdista Ciro Gomes foi tratado como "centro" e subiu no palanque ao lado da molecada do MBL, que agora declarou paixão de vez ao ex-juiz Sergio Moro.

Ocorre que Moro não convence em seu novo personagem, tudo muito calculado, oportunista e incoerente. Tenta defender seu legado como ministro, mas chama o ex-chefe de miliciano e alega preferir votar numa cabra do que nele contra Lula. Só encanta mesmo os tucanos oportunistas do MBL, que só pensam em poder.

E agora, pelo visto, começou a bater desespero nessa turma. Os "antas" são uma espécie de assessoria "informal" de imprensa do Moro, e até eles parecem já ter jogado a toalha: "Só a desistência de Bolsonaro pode impedir a vitória de Lula", estampam na manchete.

Começaram afirmando que Bolsonaro não teria a menor chance e seria engolido por Moro. Agora já "imploram" pela desistência do presidente em sua reeleição, com o "argumento" de que, sem isso, o PT volta. Aliás, chega a ser cômico lembrar que a postura dessa turma "morete" tem sido justamente essa: ridicularizar os bolsonaristas com a "piada" de que, se o governo for atacado demais, o PT poderá voltar. Agora eles apelam exatamente para essa narrativa!

E vale dizer que os tucanos - os oficiais e os de coração - adotaram em coro o mesmo discurso. Merval Pereira, em sua coluna de hoje, foi justamente nessa linha, alegando que com Bolsonaro na disputa, Lula será eleito:

O jornalista tucano do Globo parece claramente confundir torcida com análise: "Nem tão inesperada assim seria uma desistência de Bolsonaro, prevendo a derrota certa e sem chance de tornar-se, como Trump nos Estados Unidos de Biden, a liderança contra o PT sem foro privilegiado que o proteja. Eleito senador, Bolsonaro poderia liderar a oposição. Derrotado, pode ir para a cadeia. Sua saída do páreo mudaria a cena eleitoral".

Merval conclui: "Assim como Bolsonaro levou os votos dos antipetistas em 2018 porque nenhum outro candidato conseguiu se mostrar mais eficaz na tarefa de derrotar o PT, agora Lula pode levar os votos dos que não querem Bolsonaro de jeito nenhum. A não ser que Bolsonaro saia do páreo". E pensar que são justamente esses tucanos que vêm demonizando o governo a ponto de tirar alguns votos de Bolsonaro da classe média!

Mas a verdade é que ninguém acredita mesmo nessas pesquisas que colocam Lula com esse favoritismo todo. E se tem alguém capaz de derrotar o ladrão, essa pessoa é justamente Bolsonaro. Ajudaria não ter a mídia tucana e os "movimentos liberais", sem falar do ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato, embarcando nessa narrativa de que Bolsonaro é ainda pior do que o PT! São os mesmos que fingem acreditar no Lula mais moderado agora...

Tudo jogo ensaiado. Os tucanos não querem a volta do PT, isso é verdade. Mas eles preferem Lula a Bolsonaro, e isso diz muito sobre eles. O teatro das tesouras acabou. As máscaras caíram. E quem realmente é antipetista saberá que só há um nome viável na disputa. É preciso engolir o "nojinho" estético que essa classe média "intelectual" sente pelo presidente e focar no que é relevante, na prioridade: impedir a volta da quadrilha petista ao poder. Quem é realmente de direita pensa assim. Quem é tucano diz que prefere votar até numa cabra para não votar em Bolsonaro...

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