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O desgoverno Lula completa cem dias, e muita gente se mostra assustada, mesmo entre aqueles que fizeram o L. Não deveriam. Não há surpresa para quem tem mais de dez anos de idade e não sofre de amnésia. Não tem como acusar o “descondenado” de estelionato eleitoral desta vez. Falam que Lula “dilmou”, mas esquecem que a desgraça do governo Dilma foi plantada ainda no governo Lula, cujo ministro da Economia era inclusive o mesmo.

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Lula sequer apresentou um plano de governo, mas nem precisou: o ódio a Bolsonaro era tanto na elite tucana que isso foi o suficiente para se unirem ao PT com o intuito de “salvar a democracia”. Nas poucas falas durante a campanha, Lula deu claros indícios de que faria exatamente isso: bagunçar a casa em ordem herdada de Bolsonaro, furar o teto de gastos, paralisar privatizações, reverter conquistas importantes da equipe de Paulo Guedes, aproximar-se de ditaduras socialistas companheiras etc.

Qual a novidade, então? No mais, era evidente que o terceiro mandato de Lula seria mais radical, pois o líder petista, após sua condenação e prisão, estava com sede de vingança, raivoso. A tal “frente ampla” nunca passou de uma piada de mau gosto. Lula quer ver todos aqueles que lutaram contra a corrupção pagando penitência, o que alimenta sua narrativa fajuta de perseguido político. Os tucanos que não foram capazes de enxergar isso são muito bobinhos mesmo.

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Em suma, os cem primeiros dias da volta do lulismo ao poder são já uma catástrofe, mas não podemos aliviar a barra de quem colaborou com essa tragédia, pois ela era anunciada. Todos aqueles que demonizaram Bolsonaro são cúmplices dessa situação lamentável. Agora é torcer para que o sistema podre e carcomido, dominado por tucanos e fisiológicos, consiga impedir o pior e ao menos preservar a galinha dos ovos de ouro. Pois o risco que corremos, claramente, é virarmos rápido demais a próxima Argentina.