Sim, eu faço parte da mídia. Mas, talvez por nunca ter sido de fato jornalista, ou por ter mais coragem e independência, ou por ter vindo de fora da bolha, eu consigo enxergar e criticar o evidente viés ideológico predominante na grande imprensa, ao contrário de muitos colegas. Ele é escancarado demais para ser ignorado.
Infelizmente, muitos tentam vender a ideia de imparcialidade e pluralidade, quando há, basicamente, uma pequena minoria mais à direita em meio a inúmeros esquerdistas. E pior: os esquerdistas se disfarçam de "isentões", o que só joga lenha na fogueira, pois na era das redes sociais todos percebem o truque. Essa postura ajuda a retirar ainda mais credibilidade da imprensa.
Vejamos três casos, em meio a várias opções. Verissimo, caricato petista que tem coluna em vários jornais de grande circulação, escreveu recentemente que estamos nos "apatifando" com o atual governo. Disse:
É impossível observar o Brasil de hoje sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica, à decomposição de um Estado que, dissessem o que dissessem de governos anteriores - inclusive os lamentáveis -, mantinha, pelo menos, a linha, o que é mais do que se pode dizer da atuação de Bolsonaro & Filhos no palco do poder.
Onde estava Verissimo quando o PT tomou de assalto o estado brasileiro e, com mensalão e petrolão, tentou comprar todo o Congresso? Isso não é patifaria? Onde estava Verissimo quando Lula destruiu nossas estatais? Verissimo, como sabemos, estava passando toneladas de pano no desmonte estatal promovido pela quadrilha petista, pois ele é petista, socialista, e cafajeste.
Temos ainda o "isentão" Helio Schwartsman, que se julga muito racional, imparcial e científico, acima dessas disputas partidárias bobas. Mas eis o que ele escreveu hoje:
Eu adoraria ver o presidente Jair Bolsonaro sofrendo impeachment, mas receio que isso não vá, pelo menos por ora, acontecer. E não porque ele não mereça. Bolsonaro age como um verdadeiro ferrabrás de botequim, que vai, de baixaria em baixaria, arrastando a Presidência para o esgoto.
Helio, não custa lembrar, vive defendendo a importância do PT para a democracia brasileira, e gostaria que os cúmplices do bandido Lula fizessem só uma "autocrítica". Mas é Bolsonaro que arrasta a Presidência para o esgoto, não aquele que, bem mais vulgar e tosco, era além de tudo um presidente safado, corrupto ao extremo, bandido. Critérios estranhos, para dizer o mínimo...
E, por fim, temos Bernardo Mello Franco, que para chegar a "isentão" precisa melhorar muito, já que mal consegue esconder sua simpatia pelo PSOL. Para o colunista do GLOBO, estamos vivendo tempos terríveis de "provação" para nossa democracia. Diz:
Os arroubos autoritários não têm se limitado ao presidente. Nesta semana, o ministro Sergio Moro usou a Lei de Segurança Nacional contra um político da oposição. A mando dele, o ex-presidente Lula foi interrogado pela Polícia Federal por causa de declarações públicas contra Bolsonaro.
Ó céus! É Sergio Moro que representa uma ameaça à nossa democracia, não o marginal Lula! E some-se a isso a postura da imensa maioria dos jornalistas no caso lamentável de Cid Gomes, o senador que bancou o coronelzinho maluco e jogou uma retroescavadeira em cima de policiais grevistas, para termos o quadro que explica o fenômeno Bolsonaro: o povo não aguenta mais essa torcida ideológica por parte da mídia.
Se fosse Bolsonaro a tratorar invasores ilegais do MST, o mundo vinha abaixo! Mas como foi o esquerdista do PDT, irmão de Ciro Gomes, o foco é desviado para a reação dos policiais em motim. Não importa que estes também estejam errados: o ponto é a passagem de pano no crime insano cometido por Cid Gomes, o que jamais aconteceria se fosse um direitista.
O governo Bolsonaro é a grande ameaça à liberdade de imprensa, alegam, enquanto o ditador chinês vai lá e expulsa jornalistas do WSJ por críticas ao governo. Mas o governo chinês, comunista, não desperta o interesse da turma, pelo visto. Um navio russo é suspeito de espionagem no Brasil, mas Putin não é Trump, então o caso chama pouca atenção. E por aí vai, no eterno duplo padrão.
Vocês acham mesmo que o público não percebe a malandragem? Acham que são todos uns trouxas, como os que repetem "Lula Livre" por aí? Seria bom ter um pouco mais de respeito pelo leitor, não acham? Poderiam ter aprendido uma ou outra coisinha com a experiência de Trump aqui nos Estados Unidos...
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