É inegável que há uma ala bolsonarista movida por ressentimento, por ódio até. Pouco se constrói na vida com base em tais sentimentos, mas eles podem ser úteis, ao menos, para impedir a vitória de inimigos ainda piores. Mantêm a turma em alerta contra os oportunistas de plantão.
Um texto publicado na The Spectator USA semana passada explica muito bem o clima de cansaço e indignação de parte da direita com a mídia e o establishment. Não são pessoas ressentidas normalmente, que flertam com regimes totalitários para aplacar suas angústias pessoais. São pessoas decentes, que tentam fugir de sentimentos tóxicos, mas chega um momento em que não dá mais para suportar. Foi o caso do autor, Dov Fischer.
Um rabino que prega a paz, que tentou de tudo para compreender a vitória de Obama, a atuação cúmplice da mídia mainstream, mas que demonstra extrema irritação com a mudança radical de postura quando Trump foi o vencedor. Deram todos os benefícios da dúvida ao antecessor, até demais da conta, mas desde o primeiro dia tentam deliberadamente derrubar o atual presidente. Isso cansa! Diz o autor (em tradução livre):
Como um rabino de 40 anos e uma pessoa que acredita que a maioria das pessoas tem o potencial de bondade, e que tenta encontrar o bem mesmo em pessoas que decepcionam até que elas absolutamente fechem a possibilidade de que a bondade seja descoberta dentro delas, eu agora aprendi odiar.
[...] Eu aprendi profundamente a odiar. Eu odeio que Donald Trump nunca tenha tido a chance de ser presidente dos Estados Unidos durante um dia de lua de mel. Detesto que, muito antes de ele conquistar a presidência - de forma justa - corruptos e criminosos no Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em seu Departamento Federal de Investigação, estivessem planejando ativamente derrubá-lo. Eu odeio que haja tão poucos meios de comunicação que dêem voz para condenar a criminalidade e a corrupção que quebraram todas as normas sociais aceitas pelas quais jogamos o jogo. Odeio que Obama tenha participado disso, mas continua pontificando o que é justo e o que ameaça a liberdade.
É a hipocrisia, o duplo padrão escancarado, a torcida deliberada da imprensa, o salvo-conduto para esquerdistas, o papel traidor do estamento burocrático, tudo isso que cansa, que gera revolta e até ódio.
No Brasil podemos observar o mesmo fenômeno em relação ao presidente Bolsonaro. E é justamente isso que faz com que tanta gente moderada passe a defende-lo, não por considera-lo um ótimo líder, mas sim por perceber o jogo sujo dos seus inimigos. E tudo isso com a cumplicidade dos "liberais". São os idiotas úteis dessa turma aqui:
Que time! Ciro, Marina, Lupi, Molon: se juntar todos, não dá uma unha encravada do Paulo Guedes, por exemplo. É a turma que quer "salvar" o Brasil, e conta com o apoio dos "moderados" e "isentões", aqueles sem ideologias, acima da disputa entre esquerda e direita...
Pelo ódio a Bolsonaro, os "radicais de centro" já chamaram militante esquerdista de "grande jornalista", enalteceram a Folha de SP, resgataram o afetado "jornalista" que não consegue mais colocar os pingos nos is, elogiaram o professor papagaio, entraram na Justiça contra churrasco etc.
Quem não percebeu ainda que esses "liberais" (risos) perderam a mão de vez, escancarando todo seu oportunismo e também esquerdismo, precisa abrir urgentemente os olhos e parar de hibernar. Não falta muito para essa turma dar as mãos aos petistas e psolistas para "salvar" o país!
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