O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), leu o requerimento que cria a CPI da Covid na sessão deliberativa desta terça-feira. A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito ocorreu por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que expediu na última quinta-feira uma liminar após mandado de segurança impetrado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
O pedido de abertura da CPI ficou 63 dias à espera de uma decisão de Pacheco, que se recusava a dar prosseguimento ao requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) por considerar o momento "inapropriado". De fato, o momento é inadequado, e estava mais do que claro que o intuito da esquerda não era investigar desvios de recursos na pandemia, mas sim criar uma agenda de desgaste para o presidente de olho em 2022.
Ao ler o requerimento de abertura, Pacheco tentou delimitar a atuação da comissão. O objetivo da CPI passa a ser investigar supostas omissões do governo Jair Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus, além de possíveis desvios de recursos públicos federais destinados aos estados e municípios. Na prática, isso deixa aberta uma brecha para investigar a atuação de governantes locais.
A oposição não gostou nada, e percebeu que talvez tenha dado um tiro no pé. O "covidão", afinal, já conta com vários indícios e evidências, já teve governador deposto, secretário de Saúde preso e denúncias embasadas da Polícia Federal. Por outro lado, a história de omissão do governo federal em Manaus conta com nada além de narrativas. Eis a típica reação da esquerda:
Como assim asfixiar, se vai ter CPI? A que saiu será só mais abrangente, mas engloba a tal suposta omissão federal. É a investigação do restante que tanto incomoda? Pelo visto, sim. Uma CPI única e mais abrangente, para desespero da esquerda que queria somente um palanque eleitoreiro, é menos pior. Ainda assim o risco de virar circo não é desprezível. Vimos o que aconteceu na CPI das Fake News, com o prêmio de atores mais medíocres indo para os deputados Joice Hasselmann e Alexandre Frota.
Espera-se que essa tenha nível um pouco melhor, o que não é difícil. Mas larga muito mal. Foram indicados os senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros para compor o grupo. Isso é basicamente uma piada pronta, um escárnio total.
Renan Calheiros virou o bastião da ética agora? Quando o sujeito que é réu em inúmeros processos, devidamente ignorados pelos companheiros supremos, banca o preocupado com desvios e pede uma CPI, já sabemos que o interesse não tem absolutamente nada a ver com combate à corrupção. E são esses os novos heróis da esquerda e dos "liberais", que estão obcecados com Bolsonaro.
No fundo, a oposição não tem qualquer preocupação genuína com eventuais desvios de recursos, e só pensa naquilo. É o poder que os atrai. A CPI, portanto, não passa de uma Campanha Política Intensa, ou Inesgotável, ou Infindável, ou Ininterrupta (a dificuldade foi decidir qual ia para o título). Tudo para essa turma é palanque eleitoral.
Foi Jane Fonda, a atriz da esquerda radical americana, quem de forma mais sincera verbalizou o sentimento dessa gente: a pandemia foi um "presente" para derrubar a direita do governo. No Brasil, Lula foi quem fez confissão similar. O senador Randolfe Rodrigues, que fez o pedido inicial da CPI focada só no governo federal, é companheiro de Maduro, o ditador venezuelano. A esquerda nunca foi humanista de fato. É tudo para inglês ver - e otário brasileiro cair.
Com as redes sociais, porém, há cada vez menos otário. Daí o desespero da turma e as demandas por censura. Se eles contassem apenas com a grande imprensa, que compra (ou vende) a narrativa oficial da esquerda, tudo seria tão mais fácil...
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