O Natal está chegando, e acho que vale falar do clima antirreligioso que impera na bolha "progressista" da elite secular cosmopolita. Para essa turma, a crença em Deus ou em Jesus Cristo é tida como algo ultrapassado, coisa de gente ignorante, supersticiosa, obscurantista.
É inegável que há certo desprezo no andar de cima em relação aos crentes, como se fossem todos manipulados por religiosos oportunistas. O mesmo que demonstra devoção religiosa a ideologias, que reverencia o Estado, Gaia ou até a menina Greta, olha com desdém para o cristão, com um misto de ojeriza e pena. Ele tem, afinal, uma visão "científica" do mundo, ao contrário dos reles mortais, que acreditam em papai do céu.
Mas essa arrogância é despropositada. Vale lembrar, para começo de conversa, da enorme quantidade de pensadores extremamente inteligentes e cultos, o que inclui muitos cientistas, que foram ou são religiosos, cristãos.
Um deles, simplesmente genial, escreveu: "Sabemos, de fato, que os crentes não são separados dos incrédulos por qualquer inferioridade portentosa da inteligência ou por qualquer recusa perversa do ato de pensar. Muitos deles foram pessoas de mente poderosa. Muitos deles foram cientistas". Trata-se de C.S. Lewis, um dos mais importantes escritores britânicos de todos os tempos.
Além desse fato, há ainda a enorme quantidade de inimigos que atacam a fé religiosa desde sempre. Vista como projeção de nossos medos primitivos, um embuste tramado por autoridades oportunistas, uma ilusão coletiva ou um complexo freudiano, a verdade é que a fé religiosa sofre os mais duros golpes desde que o homem é homem. Não obstante, ela segue firme e forte, é resiliente, resiste ao teste do tempo.
Lewis novamente: "Eu nunca vou crer que um erro contra o qual tantas e variadas armas defensivas tenham sido consideradas necessárias foi, desde o início, totalmente desprovido de plausibilidade. Todo esse tumulto febril que agita o país, citando o Hamlet de Shakespeare, "obviamente implica um inimigo respeitável".
Não tenham vergonha, portanto, de admitir sua fé religiosa. Pode ser modinha bancar o ateu militante, como se isso fosse garantia de um selo de inteligência ou coragem. Besteira. Como todo cristão que se preza sabe, coragem mesmo é exigida de quem aceita as imposições de uma religião que cobra de nós os mais altos padrões morais. Muitos querem apenas se "libertar" dessas amarras, para dar vazão aos instintos mais básicos e animalescos do bicho homem. Uma falsa liberdade, claro. O "progressismo" secular tem nos levado ao abismo, ao niilismo, aos impulsos bárbaros.
Ironicamente, são esses "progressistas" que falam da religião como um instinto primitivo. Puro preconceito infundado. A civilização ocidental não é a mais avançada que existe por acaso. Seu sucesso é indissociável do legado cristão. Hoje é um bom dia para se lembrar disso. Um feliz Natal a todos.
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