O PFL já teve até liberal no nome, era o principal alvo do PT, que queria "expurgar" o partido da política, e contou com alguns bons políticos, de fato. De uns tempos para cá, porém, revelou sua essência fisiológica e "progressista", mudou de nome para Democratas, e, vejam só!, uniu-se ao PT contra Bolsonaro. O candidato de Rodrigo Maia, Baleia Rossi, ficou feliz da vida por atrair a quadrilha de Lula para sua chapa, tudo em defesa de uma "democracia viva e forte".
Isso não parece abalar os arautos da República. Em seu editorial de hoje, o Estadão detonou o candidato "escolhido" pelo presidente Bolsonaro, Arthur Lira, cuja candidatura seria um "acinte". O jornal lista a ficha corrida do sujeito, que não tem mesmo uma reputação ilibada, e tenta colar sua imagem na do presidente:
É embaraçosa a normalidade com que tem sido aceita a candidatura do deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) para a presidência da Câmara. Com o histórico do parlamentar, já é um tanto estranho que ele continue sendo líder do partido na Câmara. No entanto, nesses estranhos tempos, nada parece ser capaz de ruborizar seus apoiadores. Como se sabe, o seu mais ilustre apoiador é o presidente Jair Bolsonaro.
Após a lista de supostos malfeitos, o jornal conclui:
É um acinte que a Câmara, cuja atual legislatura foi eleita com recorde histórico de renovação e sob o anseio de um novo e mais alto patamar de moralidade na vida pública, tenha sua presidência disputada pelo deputado Arthur Lira. O eleitor merece um mínimo de respeito.
Mas qual outro nome era viável, lembrando que é preciso "articular" com o Congresso eleito, garantir a "governabilidade" para aprovar reformas, aquelas que Maia estava boicotando? Também considero lamentável ter que contar com alguém como Lira, mas a política não é a arte do possível?
O que chama a atenção, porém, é o silêncio da mídia em relação a essa parceria do grupo de Maia com o PT. Isso o jornalismo trata como normal, parte do jogo político, da democracia. O PT, que defende o ditador Maduro, que quase destruiu a nossa democracia e afundou de vez com nossa economia. O PT, do corrupto condenado Lula. Esse tudo bem ser parceiro?
O ex-ministro Abraham Weintraub, ao comentar os elogios que o jornalista Reinaldo Azevedo tem recebido do site de extrema esquerda DCM, alertou: "Não subestimem os inimigos! José Dirceu é muito inteligente! As antigas desavenças foram superadas e estão todos se alinhando para 2021. O impeachment do Presidente Bolsonaro está sendo negociado abertamente com o PMDB na Câmara".
Quando ficamos sabendo, se for verdade, que a ministra Cármen Lúcia, do STF, foi a anfitriã do encontro entre Maia e o PSD, tudo se torna ainda mais bizarro. Lauro Jardim revelou que o acordo para que o PSD apoie Rodrigo Pacheco, do DEM, à presidência do Senado, ocorreu num almoço na casa de Cármen Lúcia em Belo Horizonte. Teriam participado da conversa Rodrigo Maia e Alexandre Kalil (PSD), que deve receber apoio do DEM ao governo de Minas em 2022.
Pode isso, Arnaldo? O deputado Paulo Eduardo Martins, esse sim, um ótimo nome para presidir a Câmara, mas infelizmente sem chances concretas, desabafou: "No Brasil atual tudo é decidido pelo Supremo, até alianças político partidárias". Isso é sério? O Estadão nada tem a dizer sobre isso? Vale tudo para derrotar o governo Bolsonaro? Pelo visto sim. Até mesmo mexer nas regras do jogo durante o jogo. O próprio Lira é quem denuncia o esquema suspeito:
Nas eleições, 148 milhões de eleitores tiveram a obrigação de ir às urnas e votar em plena pandemia. Agora,o presidente da Câmara Rodrigo Maia e seu candidato Baleia Rossi querem votar remotamente na eleição p/presidência da Câmara. Qual a verdadeira intenção por trás disso?
Pois é, boa pergunta. Não importa que venha de alguém como Lira, um "acinte" para a Câmara, segundo o Estadão. O jornal tem a resposta? Vai tratar com naturalidade a tentativa de mudar a forma de votar? Isso depois de um golpe fracassado para permitir a reeleição inconstitucional, não custa lembrar. Maia estava tão seguro da vitória que nem tinha plano B, por isso demorou tanto a escolher seu candidato. No STF se falou em "traição", pois davam como favas contadas a permissão inconstitucional. Mas nada disso choca, pelo visto.
Os nossos "democratas" se parecem muito com os americanos. Esses também andam fazendo muitas estripulias suspeitas para garantir o poder. Autorizaram voto em massa por correios e deu no que deu: indício de fraudes, um apático como Joe Biden tendo mais votos do que o popular Obama, e urnas chegando em cima da hora com mais de 80% dos votos para o Partido Democrata, tanto na eleição presidencial como na Georgia agora, para o Senado. Tudo muito suspeito.
Mas é pela "democracia", gente, pois sabemos que Trump é a verdadeira ameaça, assim como Bolsonaro no Brasil. Para se livrar de ambos, quaisquer meios parecem defensáveis. E é assim que a democracia vai morrendo na prática: nas mãos daqueles que se vendem como seus maiores defensores. Pelas garras dos "democratas"...
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião