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7 de setembro de 2024
Multidão se reúne em torno do carro de som onde Bolsonaro discursava, na Avenida Paulista, neste 7 de setembro. FOTO: Luisa Purchio/Gazeta do Povo| Foto: Luisa Purchio/Gazeta do Povo

Foi um 7 de setembro atípico e muito revelador. Na comemoração de nossa Independência, Brasília reuniu apenas uma elite com poder, sem qualquer resquício de povo. Um ladrão que voltou à cena do crime, como diria seu próprio vice-presidente, além de ministros supremos que colaboraram muito para esse retorno e se gabam disso ("nós derrotamos o bolsonarismo"), e a cúpula militar formada por "melancias" (verdes por fora, vermelhos por dentro). Mais nada!

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A comemoração oficial estava às moscas, completamente vazia, fria, morta. Lula em cima do Rolls Royce conversível, numa imagem tosca que simboliza o petista milionário às custas de uma vida inteira na política – e com muita corrupção, como todos ali atestaram em algum momento recente. O abraço em Alexandre de Moraes, o tucano que se transformou num ditador implacável, revela a união tucanopetista que selou o destino trágico da nação.

Em Brasília, havia apenas uma "democracia" sem povo, relativa, desagradável, cada vez mais semelhante ao modelo venezuelano que inspira o PT; na Paulista, havia um povo sem democracia, clamando por seu retorno

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, fechou o time dos que usurparam o poder do povo e impedem o funcionamento do mecanismo constitucional de freios e contrapesos. Segundo bastidores da velha imprensa, houve deboche em relação às manifestações que aconteceram logo depois em São Paulo. Pacheco teria brincado que seu pixuleco tinha que ser maior, por sua elevada estatura. Física, que fique claro, pois não passa de um anão moral.

Na Avenida Paulista, dezenas de milhares de patriotas encheram quarteirões com uma pauta única: o impeachment de Moraes. A anistia aos presos políticos também foi demandada, como reflexo do abuso de poder do ministro. Jair Bolsonaro foi no tom certo, referiu-se a Moraes como ditador, colocou a pressão no Senado, que é onde resta a alternativa dentro das quatro linhas para o resgate da normalidade institucional.

Silas Malafaia foi além e pediu a prisão de Moraes, um desejo de milhões de brasileiros cientes dos crimes por ele cometidos. Vários parlamentares liberais e conservadores elevaram o tom e cobraram a volta da nossa democracia, destruída pelo consórcio no poder. Todos sabem dos riscos que correm, pois Moraes se espelha cada vez mais no comunista Maduro, que destruiu de vez a democracia na Venezuela. O sistema tenta intimidar o povo, mas muitos não vão desistir.

O contraste rodou o mundo e teve grande repercussão nos Estados Unidos, também por conta da censura recente ao X, de Elon Musk. Vários jornalistas, congressistas e influenciadores destacaram o abismo entre os festejos oficiais sem participação do povo, e a festa de democracia na Paulista, com uma multidão exigindo respeito às leis e à Constituição.

Isso se soma a um editorial do esquerdista Washington Post, dando razão a Musk nessa batalha, na mesma linha da progressista The Economist. No The Wall Street Journal, Mary O'Grady publicou talvez o melhor resumo do caminho autoritário de Moraes desde a Vaza Jato até aqui. O mundo se deu conta de que não há mais democracia no Brasil, que Moraes virou um ditador que persegue e censura cidadãos, jornalistas e até parlamentares por pura divergência política.

Eis aí o resumo da ópera bufa, da tragicomédia tupiniquim: aqueles que salvariam nossa democracia da terrível ameaça fascista destruíram de vez a própria democracia. Em Brasília, havia apenas uma "democracia" sem povo, relativa, desagradável, cada vez mais semelhante ao modelo venezuelano que inspira o PT; na Paulista, havia um povo sem democracia, clamando por seu retorno. O tempo dirá se os verdadeiros golpistas vão mesmo se safar dessa tentativa grotesca de solapar nossa democracia...

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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