Decidi divulgar alguns candidatos que têm meu apoio, nomes em quem eu poderia votar se fosse eleitor daquele estado.
Os militantes disfarçados de jornalistas aproveitaram para me chamar de "marqueteiro de políticos". Eu ignoraria, mas como alguns parentes que me amam questionaram se era algo adequado a se fazer, creio que cabe uma explicação.
Talvez duas "causas" marquem a minha trajetória de comentarista político: a defesa dos valores liberais e conservadores nos quais acredito; e a crítica dura à postura militante de uma imprensa que se finge imparcial.
Jamais escondi minha visão de mundo, e tenho vários livros sobre o assunto. Sou um comentarista político que faz análise de cenário, mas sempre com transparência para o público saber o que defendo.
Aqui é importante traçar uma diferença entre repórter e comentarista. O jornalista que faz reportagem deve se ater aos fatos, deixar adjetivos de fora, tomar o máximo cuidado para não emitir suas opiniões como se fossem fatos. Já o comentarista está lá para emitir sua opinião mesmo.
Minha maior implicância com a velha imprensa, portanto, não é ela ser de esquerda, mas sim ela ser dissimulada, fingir-se isenta. Nos Estados Unidos há o mesmo problema, mas o público passou a separar e os próprios veículos de comunicação (quase) não escondem mais seu lado. CNN, MSNBC e CBS são democratas, e a Fox News é mais republicana.
Portanto, minha maior crítica é o fingimento, não tomar partido ou defender com coerência certos valores - conservadores ou "progressistas". Prezo a honestidade, a transparência. Dando nome aos bois, prefiro um Piperno que se assume de esquerda e declara seu voto em Ciro Gomes do que vários outros que repetem ser JOR-NA-LIS-TAS imparciais enquanto fazem militância escancarada para o PT.
Ou alguém tem alguma dúvida de quem será a escolha entre Lula e Bolsonaro nos casos de Miriam Leitão, Merval Pereira, Ricardo Noblat, Amanda Klein, Guga Chacra, Guga Noblat, e tantos outros?! Não é melhor, então, admitir que defende o esquerdismo em vez de se vender como imparcial?
Todos percebem que Folha de SP, Globo e Estadão possuem viés esquerdista e agem como partidos de oposição ao governo Bolsonaro. Acho melhor, portanto, a transparência, sempre. A Gazeta do Povo, por exemplo, publicou seus valores e suas diretrizes editoriais em defesa do conservadorismo, e nem por isso deixa de ter pluralidade - muito mais do que os concorrentes. Mas o leitor sabe quais valores o jornal defende. Mais honesto.
Dito isso, vem a questão: mas deve o comentarista, além de se declarar de esquerda ou de direita, apoiar candidatos específicos? Há sempre um risco aqui, sem dúvida. Políticos podem nos decepcionar, trair seus valores, mudar de "time". Já tive minha cota de decepção, pois apoiei MBL, Joice Hasselmann, João Amoedo. É sempre um perigo associar sua imagem a de políticos.
Mas como estamos num momento bastante delicado, com risco de o Brasil degringolar de vez rumo ao modelo venezuelano, acho que não é hora de ser excessivamente cauteloso. Prefiro pecar por ingenuidade, não por omissão. E por isso decidi mencionar nomes específicos que me parecem bons candidatos, alinhados aos meus valores.
Se um dia eles, eleitos, abandonarem tais valores, será um problema maior deles, não meu. Eu sempre manterei minha coerência na defesa desses valores, que estão acima de quaisquer partidos. Por isso mesmo defendo o voto em candidatos, não em partidos. Sem uma reforma política, esses nossos partidos não dizem muita coisa, e é melhor confiar nos indivíduos.
Faço minhas escolhas diante do conhecimento que desfruto no momento. Mas cada eleitor é totalmente livre para escolher, e depois, claro, cobrar de seu representante!
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