Durante um encontro nacional pró-armas, em Brasília, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparou "professor doutrinador" a traficantes. Na fala, o político diz que “talvez o professor doutrinador seja ainda pior” que um traficante. Eis um trecho de sua fala:
E o certo começa pela nossa família. Se nós, por exemplo, tivermos uma geração em que os pais prestem atenção na educação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença entre professor doutrinador e um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja ainda pior, pois ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação. Fala que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho, e aquela instituição chamada família tem que ser destruída.
A fala causou celeuma nas redes sociais e a imprensa, como no caso da CNN, deu a notícia da mesma forma que a esquerda, dando a entender que o deputado comparou professores a traficantes, deixando de lado o rótulo mais relevante: doutrinador. Eis como Sâmia Bonfim relatou o caso:
Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime! Não vai ficar impune, estou acionando a PGR contra esse fascista agora mesmo!
A deputada Tabata Amaral também foi na mesma linha: "Essa fala de Eduardo Bolsonaro deixa clara sua ignorância e mau-caratismo. São falas como essa que contribuem para que o Brasil seja um dos países que menos valoriza seus professores. Nojento!" Maria do Rosário também bateu na mesma tecla:
É lamentável começar a semana lendo algo tão abominável quanto a fala deste deputado, que compara educadores a criminosos. Quem educa desempenha uma profissão nobre, que ilumina mentes e promove a liberdade através do conhecimento. Quem os ataca teme a luz do saber. Não permitamos que a ignorância desta gente prevaleça.
O deputado claramente não falou em professores ou educadores, e sim em militantes marxistas que levam ideologia para dentro de sala de aula para "seduzir cabeças e corações" dos mais jovens, incutindo neles uma visão antagônica aos valores familiares.
Ao fingir que o deputado não acrescentou o doutrinador como critério, a esquerda radical sai, na prática, em defesa dos doutrinadores. E, para atacar o deputado de direita, ainda condenam pontualmente os traficantes, que historicamente são defendidos pela mesma esquerda radical, que sempre dá um jeito de aliviar para os bandidos, entende até a "lógica do assalto" ou considera as FARC um movimento social.
Eduardo Bolsonaro mexeu num vespeiro. Ao comparar doutrinadores com traficantes, fez a esquerda sair desesperada em defesa desses militantes que abusam intelectualmente da juventude mais inocente. A esquerda depende desses militantes disfarçados de professores, pois sem a doutrinação ideológica ela não se sustenta.
Um traficante ameaça destruir a vida da família ao seduzir o jovem para um vício nefasto. Um doutrinador ameaça destruir a vida da família ao seduzir o jovem para uma ideologia nefasta. A comparação do deputado não é desprovida de fundamento, portanto. E formação moral cabe aos pais, não a militantes disfarçados de professores que possuem audiência cativa e hierarquia sobre esses alunos jovens.
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