"Há evidências sobre a interferência de agentes da Venezuela e de Cuba nos protestos em curso na América do Sul. Embora os objetivos sejam obscuros, a intervenção tem até um porta-voz em Caracas", concluía o editorial do GLOBO desta segunda. A afirmação vem precedida por vários fatos. O Chile decidiu expulsar trinta cidadãos de Cuba e nove da Venezuela presos sob a acusação de incitar e participar de violentas manifestações de rua que imobilizam o país há um mês.
A Bolívia expulsou todos os funcionários da Embaixada da Venezuela em La Paz e rompeu relações com o regime ditatorial de Nicolás Maduro. O Equador, também, resolveu encerrar os acordos com Cuba, sobretudo na área médica, que permitiram a residência temporária de quase 3.600 funcionários cubanos.
Cabello, braço-direito de Maduro e acusado de envolvimento com o narcotráfico, há semanas ocupa a rede oficial de televisão e rádio para incitar o avanço daquilo que define como “grande furacão bolivariano” na América do Sul. “Bolívia é a faísca que vai incendiar tudo”, discursou na semana passada.
Tudo isso foi reconhecido pelo jornal carioca, que tem viés "progressista". Em que pese não ter mencionado o Foro de SP diretamente, a essência da denúncia está lá, por meio da menção de Cuba e Venezuela. Não obstante, a imprensa em geral continua tratando o Foro de SP como um mito, pura paranoia de direitistas malucos, tese conspiratória de quem não superou o fim da Guerra Fria.
Ora, é justamente o contrário: quem ainda não deixou para trás a época da Guerra Fria é a esquerda radical, que não aceita a derrota do comunismo. Ainda temos no Brasil partido comunista, o PT defende o regime de Maduro e até a ditadura cubana, e seu programa, com Lula solto, mostra-se ainda mais radical. Isso para não falar do PSOL, uma espécie de linha-auxiliar. Mas se você aponta para isso tudo e diz temer um caos patrocinado pela extrema esquerda em nosso país, você é um paranoico doido saudosista do regime militar.
Basta conhecer o modus operandi dessa esquerda jurássica e carnívora, que ainda insiste em sobreviver na América Latina, para ter calafrios com essas "manifestações" orquestradas. O fato é que essa esquerda socialista está disposta a tudo para voltar e permanecer no poder onde foi derrotada nas urnas. São organizações criminosas sob o manto de partido político, com discurso raivoso que usa a democracia para destrui-la de dentro, como fez o chavismo na Venezuela.
Todo cuidado é pouco. Essa gente parte da premissa de que quanto pior estiver a situação, melhor para eles, pois florescem no caos - que ajudam a criar. "Os comunistas sempre souberam chacoalhar as árvores para apanhar no chão os frutos", disse Roberto Campos. E acrescentou: "O que não sabem é plantá-las..."