A crise política que culminou com a renúncia do presidente da Bolívia Evo Morales, e do seu vice-presidente Álvaro García Linera, neste domingo (10), começou um dia depois das eleições de 20 de outubro. Em um resultado questionado que levou a protestos de rua cada vez mais radicais, o presidente e seu grupo mais próximo de poder, como o vice, não aguentaram a pressão popular.
Apesar de ter apresentado conquistas sociais e econômicas durante a campanha, Evo também foi afetado por escândalos de corrupção e acusações de uma guinada autoritária. No dia da eleição, uma primeira contagem rápida apontou que Evo obteve 43,9% dos votos, enquanto o opositor Carlos Mesa conquistou 39,4%, que afirmava que poderia haver fraude.
Em 23 de outubro, o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) se reuniu para debater a situação das eleições presidenciais da Bolívia. A conclusão foi de que vários princípios que regem uma eleição democrática foram violados e que, diante da margem apertada, a melhor opção é assegurar um segundo turno eleitoral.
Em 10 de novembro, o comandante-chefe das Forças Armadas e da Polícia da Bolívia, o general Williams Kaliman, pediu ao presidente Evo Morales que renunciasse em meio a protestos que duravam três semanas. Mais cedo, Evo anunciou a convocação de novas eleições presidenciais e a renovação do quadro de magistrados do Tribunal Supremo Eleitoral depois que a OEA apontou uma série de irregularidades na votação.
Uma hora após a declaração do general Williams Kalin, Evo Morales anunciou a renúncia pela televisão. "Renuncio a meu cargo de presidente para que (Carlos) Mesa e (Luis Fernando) Camacho não sigam perseguindo dirigentes sociais", disse Evo, referindo-se aos líderes opositores que convocaram protestos contra ele desde o dia seguinte às eleições de 20 de outubro. Morales era o presidente latino-americano há mais tempo no poder.
Ou seja, eis o resumo: no Chile, um presidente eleito de forma legítima tenta fazer reformas liberais e é alvo de protestos violentos por baderneiros apoiados pelos partidos radicais de esquerda, que pedem sua renúncia; na Bolívia, um presidente que deu golpe na Constituição e nas urnas para virar ditador é alvo de protestos populares e a esquerda radical diz que sua saída é "golpe". Foi o caso de Lula, claro:
O preposto de Lula nas últimas eleições, o derrotado Fernando Haddad, também partiu para o ataque, colocando a OEA no rol das instituições "neofascistas", pelo visto:
Canalhas são assim mesmo, como ladrão que rouba e depois grita "pega ladrão". O comparsa cocaleiro tentou dar um claro golpe na democracia boliviana, e seu cúmplice brasileiro ainda grita "gópi" porque ele não conseguiu ficar após fraudar Constituição e urnas. Tadinho!!! Guilherme Fiuza ironizou:
Fábio, "o colecionador", também partiu para o sarcasmo:
O jornalista Guilherme Macalossi foi mais paciente com a estupidez ou canalhice da esquerda e explicou, de forma didática, o óbvio:
O que os esquerdistas do Foro de SP desejam é justamente destruir as democracias de dentro dela, como fez Chávez na Venezuela, e como Lula tentou fazer no Brasil. Mas a tragédia venezuelana serviu como alerta geral, e agora todos estão mais atentos, reagindo. Cachorro mordido por cobra tem medo até de linguiça. Os latino-americanos não vão tolerar as jararacas vermelhas docilmente. Não mais!