Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
Existem sim salvadores da pátria.
No Brasil tem dois: Sérgio Moro e Roberto Jefferson.
O primeiro salvou a pátria fazendo o que se esperava que fizesse no caso do Petrolão. O segundo fazendo o que ninguém esperava que fizesse no caso do Mensalão.
Essa balela de que não há salvadores da pátria é retórica fraca.
Winston Churchill, Margaret Thatcher foram salvadores da pátria quando a Grã Bretanha enfrentava tempos difíceis, apenas para dar outros dois exemplos.
Bolsonaro acabou assumindo o papel de salvador da pátria ao derrotar os petistas e aceitar incrivelmente que liberais assumissem a gestão do Ministério da Economia.
Até o João Dionisio Amoêdo, que refuta essa ideia, deveria se considerar um salvador da pátria ao criar e investir num partido político que terá enorme influência na construção do futuro do Brasil.
Agora, assim como há os salvadores da pátria, há os afundadores da pátria. O número destes é tão grande que nem vale a pena citar.
Mas, para colocar em perspectiva, podemos comparar duas situações históricas.
Adolf Hitler, o “salvador da pátria” teutônica, acabou afundando a Alemanha e a Europa com seu delírio megalomaníaco e louco. Por outro lado, Ludwig Erhard salvou a Alemanha com suas políticas públicas que, em menos de duas décadas, com a ajuda dos EUA, colocaram a Alemanha entre as nações mais ricas do mundo.
Hirohito, o “salvador da pátria” nipônica, transformou o Japão no império do sol, formando um vasto contigente de sádicos altruístas que infernizaram a vida de milhões de chineses e outros povos asiáticos para acabar afundado sob duas bombas nucleares. Em compensação, o General Douglas MacArthur, que impôs ao imperador a rendição incondicional, salvou os japoneses deles próprios ao devolver-lhes autoestima e uma Constituição que propiciou o ambiente necessário para tornar o Japão a segunda potência econômica durante a segunda metade do século XX.
Salvadores da pátria existem, podendo ser notórios ou anônimos. São heróis com iniciativa, coragem e boas ideias. Instituições boas precisam de heróis e heróis são salvadores da pátria.
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