Por Carlos Junior, publicado pelo Instituto Liberal
Os protestos no Chile provocados por um aumento nas tarifas do metrô local estão a colocar o país em uma situação violenta e perigosa. Até o momento, 18 pessoas morreram nos protestos. O exército foi convocado e o presidente do país, Sebastián Piñera, declarou estado de calamidade.
Por que e para que tais manifestações ocorrem são questões difíceis de precisar com exatidão. Mas algumas palavras ditas pelos próprios manifestantes e pela classe política – não só a chilena – dão algumas pistas do que está por trás da instabilidade no Chile. Sim, estou a falar da organização política mais poderosa de nosso continente: o Foro de São Paulo.
O Foro de São Paulo é uma organização política criada em 1990 para criar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu, ou seja, criar uma União Soviética versão latino-americana. Conta com os principais partidos de esquerda do continente, líderes políticos e uma conexão muito mal explicada com as maiores organizações terroristas e narcotraficantes – que buscam na luta armada derrubar a ‘’farsa democrática imperialista’’. A ideia é colocar no poder as agremiações políticas esquerdistas por vias ‘’democráticas’’ e daí usar o Estado para fazer a revolução que for conveniente.
Não dá para dizer com absoluta certeza que organizações de esquerda ligadas ao Foro de São Paulo estão por trás dos protestos. Porém, é uma coincidência dos diabos que a América do Sul seja palco de atribulações políticas num momento exatamente igual e o ditador Nicolás Maduro atribua ao próprio Foro tais acontecimentos. Maduro é uma das últimas lideranças esquerdistas restantes no continente. Suas falas e ações não devem ser desprezadas.
Além disso, há outras declarações a embasar a suspeita do Foro de São Paulo estar por trás das instabilidades políticas no continente. Jogre Faurie, chanceler da Argentina, culpou Cuba e Venezuela pelos tristes acontecimentos no Chile. Justamente as nações governadas por ditaduras socialistas promotoras de diversas ações que jogaram no lixo a soberania nacional de diversos países latino-americanos. Alguns parlamentares chilenos foram no mesmo sentido do chanceler argentino.
Quando Olavo de Carvalho colocou à tona as verdades sobre o Foro de São Paulo, foi tachado de louco desvairado. Em que pese o aspecto macabro do projeto de poder comunista com roupagens trabalhistas, antiamericanas e progressistas em pleno século XXI, ele foi o único a denunciar a trama infame em pleno funcionamento. Na década de 2000, a hegemonia cultural e política da esquerda era total no Brasil, com o público conservador direitista órfão de representação nos mais variados campos. Era praticamente impossível ter credibilidade na mídia ao denunciar o óbvio.
Porém, a situação mudou. A vitória de Jair Bolsonaro marcou o apogeu da onda conservadora e o começo do declínio da hegemonia cultural da esquerda, característica fundamental da Nova República. Ainda que dado como maluco, tanto o liberal quanto o conservador de agora têm algum espaço para emitir opiniões sempre existentes, porém negligenciadas, em um fenômeno chamado ‘’espiral do silêncio’’. A canalhice ainda existe no meio jornalístico e na classe política brasileira, a diferença é que agora têm-se vozes divergentes a contestar os falsos consensos.
Mas ainda há na esquerda gente que pensa como se estivesse sozinho. Humberto Costa, senador petista por Pernambuco, fez um tuíte ameaçador e ilustrativo. ‘’A paciência do povo com a direita ultraliberal, fascista e entreguista está acabando em diversos lugares do mundo. @jairbolsonaro está com os dias contados. É questão de tempo. A hora do Brasil vai chegar. Anotem aí.’’, disse o senador.
Ele está a desejar no Brasil as mesmas manifestações no Chile. O senador sabe das mortes que aconteceram por lá? Sabe da violência e da instabilidade reinantes no momento em um país visto como exemplo do contrário? Sabe das consequências óbvias e trágicas para a economia e a sociedade chilenas? Se, ainda ao saber de tudo isso, Humberto Costa tiver a cara de pau de querer que o nosso país passe por isso, ele é no mínimo um canalha irresponsável.
A nossa classe política, mesmo ao tomar conhecimento do tuíte descabido do senador petista, nada fez. Não deu um pio. No fundo, ela compartilha da mesma vontade dos apologistas da violência esquerdista. Ela própria nunca se levantou contra as atrocidades cometidas com a nossa soberania na era petista. Se quem cala consente, a classe política brasileira é cúmplice do que acontece no Chile. E do que pode acontecer no Brasil.
Referências:
2.https://sensoincomum.org/2019/10/21/maduro-atribui-foro-de-sao-paulo-teoria-da-conspiracao/
4.http://olavodecarvalho.org/lula-reu-confesso/
*Carlos Júnior é jornalista.