Bolsonaro representa a maior ameaça à democracia brasileira, e por isso deve ser enfrentado por tudo e todos. Eis a narrativa de quem não engoliu até agora o resultado das urnas, e ignora que foi no governo petista que nossa democracia realmente correu perigo de vida, quando seguíamos no rumo da Venezuela.
Para combater essa "ameaça fascista", todos os esforços são necessários, e é preciso deixar as divergências para depois. Agora o foto deve ser um só: derrubar Bolsonaro. É com base nessa mentalidade que podemos entender as ações recentes da garotada do MBL, e também notícias como esta:
Então vamos salvar nossa democracia com a turma da extrema esquerda que elogia Cuba e Maduro?! A piada do papagaio é mais engraçada, mesmo sem qualquer originalidade. Esse pessoal perdeu qualquer senso de realidade e noção do ridículo, e não percebe que a aposta nesse discurso só fortalece a base bolsonarista. Afinal, como não morrer de tanto rir de quem quer salvar a democracia ao lado de Lula e Freixo?!
Sergio Moro, colunista da revista Cruzoé, do grupo Antagonista que faz parte desse esforço de derrubar o presidente "vagabundo", tinha tudo para aderir ao esforço. Afinal, desde que saiu do governo, tem feito de tudo para retrata-lo como algo terrível.
Mas Moro desperta instintos selvagens na turma que foi alvo da Lava Jato e, segundo Mônica Bergamo, amiga de Dirceu e também do MBL, sua presença "racha" o movimento "democrático":
A possibilidade de Sergio Moro participar do comício virtual pela democracia organizado pelo Direitos Já! rachou o movimento. O convite foi proposto pelo deputado José Nelto (Podemos-GO). A reação de políticos de centro-esquerda foi imediata. O ex-ministro Aldo Rebelo, por exemplo, afirmou: “Avisem quando estiver para acontecer”. Guilherme Boulos diz: “Se ele entrar por uma porta, eu saio por outra”.
Puxa vida! Imagina um movimento pela democracia sem Boulos?! Não faz o menor sentido! Quem vai invadir propriedades para garantir o funcionamento adequado das instituições? Quem vai pregar o socialismo como alternativa ao terrível capitalismo?
Tudo isso já seria tosco o suficiente, se não contasse com a adesão "indireta" do próprio Supremo Tribunal Federal. Não bastassem ministros que consideram o governo Bolsonaro nazista, eis o que diz a "moderada" Carmen Lúcia:
Isso é STF ou DCE? É uma ministra do Supremo ou uma militante do PT? O pior é que muitos, no afã de atacar o governo que odeiam, tratam como normal uma postura dessas! Imagina se fosse o presidente falando do desgoverno no Supremo! Aí seria "ataque à instituição e à democracia", não é mesmo?
Está bem claro para quem não hiberna e não foi tomado por paixão antibolsonarista (a tal síndrome que também infectou muitos americanos no caso de Trump), que a real ameaça à democracia não vem de Bolsonaro, que já está no poder, tampouco da rebelde Sara Winter, mas sim desse "mecanismo" em nome do "sistema" que se une para derrubar o presidente eleito.
Como já disse antes, quem passa pano para esse tipo de golpismo pode ser tudo, menos um liberal.
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