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Em entrevista ao GLOBO este domingo, o ministro Paulo Guedes fez uma avaliação desse primeiro ano de governo Bolsonaro, quase no final, e concluiu que fez a aposta certa e que o presidente tem apoiado o grosso das reformas. Disse ele: "Eu fiz uma aposta muito clara lá atrás, e minhas expectativas estão se confirmando. O presidente apoiou o programa até hoje. Apoiou a reforma da Previdência, o pacto federativo, mas diz que é uma questão de timing político. É falso dizer que o presidente não apoia a reforma administrativa, por exemplo. É timing político. A mídia também tem apoiado 100% a agenda econômica. Então estou superfeliz. E o que está acontecendo no Congresso? Primeiro, houve um choque inicial. Depois, absorveu. Hoje, Senado e a Câmara dos Deputados estão abraçando as reformas. Para as reformas, eles deram governabilidade. O presidente defendeu uma coisa ou outra corporativa. Mas ele apoiou o resto". Explicando melhor a questão do timing político, Guedes disse que "Você não quer dar um pretexto pro sujeito fazer quebra-quebra na rua".

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Ele voltou a falar da irresponsabilidade da esquerda radical que quer copiar no Brasil o que aconteceu no Chile: "Chamar pra rua manifestação ordeira e pacífica, como a que fazem quase todo fim de semana, problema nenhum. Agora, chamar para a rua para fazer igual no Chile e quebrar tudo foi uma insanidade, irresponsabilidade". Do ponto de vista técnico, Guedes sabe que acelerar as reformas aceleraria o crescimento econômico, mas lá na frente: "Acelerando essa agenda, eu acho que ele poderia perfeitamente crescer 1% este ano, 2% no ano que vem, 3% no seguinte e 4% no último ano". O problema é o curtíssimo prazo e o oportunismo da esquerda lulista.

Guedes sabe da importância das reformas pois, como reconheceu, "O estado brasileiro está quebrado". Ele também tratou com naturalidade certas disputas por espaço entre os poderes, como cada um tentando demarcar seu território. Isso é o processo de construção de uma democracia numa sociedade aberta: "Eu celebro a nossa democracia como sociedade aberta em construção. Eu tenho certeza de que o Congresso, a mídia, o presidente, nós estamos no caminho. Ordem é Estado democrático de direito. O Brasil está fazendo os seus aperfeiçoamentos institucionais, as independências de poderes estão sendo trabalhadas."

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Questionado sobre suas metas ambiciosas, como a venda de até um trilhão de reais de ativos, Guedes explicou: "Eu venho do setor privado. No setor privado, a gente trabalha com big, bold target. Se der tudo errado, deu duas vezes o que o governo anterior queria". E acrescentou: "Eu não acho que a credibilidade venha de você acertar metas pífias. Eu acho que a credibilidade vem do esforço consistente de fazer a coisa certa". Guedes certamente ainda goza de credibilidade perante os investidores. Que consiga entregar perto de suas metas ambiciosas. O Brasil será outro país, muito melhor...