Olavo de Carvalho fez fama atacando tudo e todos, em especial gente da própria direita, que pudesse ameaçar sua "hegemonia" como o único que sempre viu tudo, está sempre com razão e combate sozinho toda a esquerda desde sempre (ou quando "deixou" de ser comunista). Ele precisa repetir essas mentiras para posar de guru profético.
Com esse intuito em mente, criou apelidos pejorativos aos montes, conclamou sua militância para ataques aos liberais e conservadores que ousassem não se ajoelhar perante aquele que "enxergou" todo o projeto comunista lá atrás, antes de todos. Em resumo, Olavo sempre foi o principal fator de desunião dentro da dita direita, e defendeu abertamente que essa união não fazia o menor sentido e sequer era útil.
Mas o tom mudou. E mudou agora, que ele virou guru do atual governo, e o bolsonarismo vem sendo alvo de várias críticas da própria direita. Não se trata, portanto, de um arrependimento sincero, pois nem há mea culpa humilde, nada parecido. É apenas uma mensagem hipócrita, incoerente, de quem quer poupar o "seu" governo de críticas. Eis duas postagens recentes do guru:
Não é verdade que a esquerda não briga entre si, em público. Vemos aos montes essas divergências, e o próprio Olavo sempre alegou que se tratava da "estratégia das tesouras", ou seja, que era apenas uma tática. Agora ele nega a existência das brigas em público, o que é falso.
O apelo para que o "fogo amigo" pare vem de quem sabe que está defendendo algo indefensável, a postura do próprio bolsonarismo, que sempre apostou pesado no combate, que sempre demonizou qualquer liberal ou conservador que não prestasse vassalagem ao "mito".
De uns tempos para cá, quando Bolsonaro deixou de ser pedra e se tornou vitrine, deixou de ser pomba e virou estátua, muitos influenciadores de direita abandonaram o barco, pois são independentes, não precisam de verbas estatais e não estão de olho em cargos públicos.
Danilo Gentili, Nando Moura, André Guedes e outros passaram a criticar o bolsonarismo fanático, a postura de gado da militância cega. E está claro que o bolsonarismo sentiu o golpe. A reação está dividida entre os que querem intensificar o grau de difamação e os que querem tentar uma paz conciliatória, um "deixa disso" tático, para blindar o presidente de críticas.
O "problema" é que essa turma toda, ao contrário dos bolsolavistas, é mesmo independente, não tem guru, não pertence à seita alguma, e não chama o presidente de "mito", pois não tem político de estimação. O esforço de Olavo, portanto, será em vão. Mas não deixa de ser engraçado vê-lo de forma tão hipócrita apelando para a "paz interna", justo aquele que mais investiu na cisão por seguir a máxima romana de dividir para conquistar.
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