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Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Hacker só vale quando interessa ao sistema

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"Deixe eu entender: o hacker recebeu pagamentos de Carla Zambelli, mas roubou as mensagens de Deltan Dallagnol por patriotismo?", perguntou Mario Sabino. Ninguém entende mais nada no Brasil de hoje. Afinal, são muitas incoerências, o duplo padrão é eterno, o sistema tem escancarado viés.

Senão, vejamos: a delação premiada era sinal de "tortura" na Lava Jato, mas no caso Marielle ela voltou a ser importante instrumento de combate ao crime. Como apareceu bicheiro contraventor ligado ao assassinato da vereadora do PSOL, inclusive um que fez campanha para Dilma, o assunto morreu. Por que a esquerda parou de repente de perguntar quem matou a Marielle?

Voltemos ao hacker: quando conversas de procuradores e juiz envolvidos na Lava Jato foram vazadas em doses homeopáticas pela mídia de esquerda, isso serviu para proteger corruptos. A Vaza Jato, como ficou conhecida, foi considerada lícita pelo STF, e as "provas" obtidas foram usadas para considerar Sergio Moro suspeito e reabilitar Lula.

A Vaza Jato em favor do lulismo, portanto, pode, segundo nosso Supremo. Mas contra o próprio STF não! Alexandre de Moraes decretou a prisão de um dos hackers de Araraquara, Delgatti, além de autorizar busca e apreensão dos pertences da Carla Zambelli. A busca será em quatro endereços da deputada por armas, computadores, passaporte e celular. As ações ocorrem no âmbito de uma operação da Polícia Federal que investiga a invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Hacker do bem e hacker do mal? O despacho também detalha que seja apreendido dinheiro e bens - joias, veículos, obras de arte e outros objetos - em "valores superiores a R$ 10.000, desde que não comprovada cabalmente, no local dos fatos, a origem lícita". E ordena a verificação da existência de "eventuais salas reservadas ou cômodos secretos", além da análise de conteúdo "em arquivos, mensagens eletrônicas e e-mails armazenados em eventuais computadores, servidores, redes, inclusive serviços digitais de armazenamento em nuvem". Uma verdadeira devassa!

Alvo de um mandado de prisão preventiva nesta quarta-feira, o hacker Walter Delgatti relatou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe perguntou se era possível invadir a urna eletrônica. O questionamento teria sido feito pelo então presidente no Palácio do Alvorada, conforme o depoimento de Delgatti. Ele complementou ainda que Bolsonaro não teve relação com o acesso ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, quando um mandado de prisão falso em nome do ministro Alexandre de Moraes foi incluído no banco de dados.

Um hacker que teve ligações com petistas para entregar o material obtido da Lava Jato virou bolsonarista? Agora a sua palavra vale como prova? Vamos voltar com a delação premiada sem considerá-la tortura? Perguntar a um hacker se é possível invadir as urnas eletrônicas é crime? Prova intenção de invadir ou é curiosidade de quem tem receio da fragilidade do sistema?

Enfim, nada disso parece importar. O sistema resolveu perseguir bolsonaristas e proteger lulistas. O duplo padrão é a regra. A turma no poder só vai descansar quando a direita for toda esmagada e os "animais selvagens" forem "extirpados"...

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