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A decadência artística é apenas o retrato da decadência da sociedade. Se tudo é arte, nada é arte. Se qualquer porcaria vira gênio na arte pós-moderna, é porque deixamos de julgar com mais rigor, mérito e critérios minimamente objetivos os valores estéticos e morais. Tenho batido bastante nesta tecla, como o leitor sabe.

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Gostei muito, portanto, da entrevista nas páginas amarelas da Veja desta semana, com o marchand Ralph Camargo (cujo bom gosto artístico é conhecido e pude atestar pessoalmente, quando estive em sua bela casa na Joatinga, repleta de quadros impactantes). Na entrevista, ele corrobora com as críticas que tenho feito apenas como leigo, o que dá muito mais embasamento a elas.

Diz que qualquer porcaria é absorvida pelo mercado, que os artistas se acomodaram, e que as galerias não buscam novos talentos, não propõem nada novo. Que Beatriz Milhazes é supervalorizada e que Romero Britto é um embuste. Que Damien Hirst (aquele do tubarão no formol) faz deboche com a arte verdadeira. Que muitos artistas atuais não têm estofo, leitura, e sua formação cultural é precária.

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Mas afirma também que tudo isso deverá continuar crescendo, pois desmiolados com muito dinheiro estão dispostos a bancar a máquina industrial de engodos artísticos. Pega bem na foto ir nas feiras “artísticas” e posar de entendido, valorizando qualquer lixo que os “intelectuais” garantem ser arte de primeira. Recomendo a leitura na íntegra. Acredito que o resgate dos valores éticos passa pelo resgate dos valores estéticos!

Rodrigo Constantino