“Nós precisamos reestatizar a Petrobras, entregar a Petrobras novamente aos brasileiros e aos seus interesses”, disse pelo Twitter o provável candidato tucano Aécio Neves ontem. Podemos compreender sua estratégia política. O PT, afinal, “privatizou” a estatal da pior forma possível: transformou uma empresa de controle estatal em um instrumento partidário próprio.
Nesse aspecto, sem dúvida seria menos pior ter uma empresa de fato sob o comando do estado, gerida por tecnocratas e blindada o máximo possível do uso partidário, do que isso que temos hoje: um gigante sangrando a cada ano para atender aos objetivos do PT.
Mas não deixa de ser lamentável o fato de que nossa oposição tida como de “direita” (só no Brasil o PSDB é direita) sequer tem coragem de defender o óbvio: a Petrobras, para ficar livre desses riscos e voltar a atender, realmente, aos interesses dos brasileiros, deveria ser privatizada de uma vez!
A Vale, a Embraer, as operadoras de telefonia da antiga Telebras, as rodovias privadas, as ferrovias, todas atendem de forma bem mais eficiente aos nossos interesses, enquanto pagadores de impostos e consumidores, hoje do que na era estatal.
Manter a Petrobras estatal beneficia somente aqueles empregados mais acomodados, que temem a meritocracia típica da iniciativa privada no livre mercado, os políticos que abusam da empresa para fins próprios, os empresários corruptos que adoram esquemas em vez de ter que mostrar competência para fornecer produtos aos clientes, e os artistas que mamam nas enormes tetas de patrocínios culturais.
O resto do povo é prejudicado. Paga combustível mais caro, não vê crescimento na produção de óleo como gostaria, não desfruta de bons retornos financeiros em seus investimentos nas ações da estatal. O petróleo é nosso? Não. É deles! E a melhor forma de efetivamente colocá-lo nas mãos de cada brasileiro, é privatizar a Petrobras, ainda que por meio de ações pulverizadas para cada cidadão.
Aécio pode ter visto uma oportunidade política para atacar o PT e mostrar que, sob seu comando, a Petrobras foi “privatizada” no pior estilo patrimonialista: a coisa pública virou “cosa nostra”. Mas ainda precisamos de uma oposição liberal sem medo de avançar e defender o que é melhor, mais eficaz e justo: privatizar mesmo a Petrobras.
Não custa lembrar do grande erro estratégico de Geraldo Alckmin em 2006, quando foi “acusado” de defender a privatização, e virou um outdoor ambulante de broches de estatais para se defender. Falta coragem (ou convicção) para assumir abertamente que a privatização faz bem, ajuda o povo, principalmente os mais pobres. Se os tucanos não balançam essa bandeira, que venha algo NOVO!