O Japão pensa em acabar com as universidades de ciências humanas. A ideia, segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé, não é toda ruim. É que vem dessas áreas uma quantidade incrível de baboseiras, paridas por “intelectuais” que perderam qualquer contato com o mundo real e também qualquer senso de ridículo.
Inspirados em gente como Marx e Foucault, esses professores espalham pelo mundo, por meio de seus alunos influenciáveis, conceitos toscos, como, por exemplo, a ideia de que sexo é somente uma “construção social”, ou que as leis de mercado são uma invenção dos “opressores”. Pondé, em sua coluna de hoje, desmascara a turma:
Só alguém que delira diz absurdos como os de que a humanidade não está dividida em homem e mulher, mesmo que gêneros minoritários habitem entre nós com todo o direito de assim o ser.
Ou que o corpo seja uma representação social, mesmo que dimensões culturais façam parte de nossa percepção dos corpos. Será que, mesmo diante de um câncer, esses gênios do nada dirão que o “corpo é uma representação social”? Qual seria a “representação social” de um câncer? Opressão celular?
[…]
Transformamo-nos em seres alienados, que acreditam que as bobagens que se fala em aula e em teses descrevem a vida das pessoas. Talvez a melhor forma de descrever aquilo no que se transformou as ciências humanas seja mesmo “masturbação”. Aquele tipo de coisa que parece dar prazer, mas que, na realidade, é prova da incapacidade de gozar “em” alguém real.
Masturbação mental sempre foi a forma pela qual encarei esse tipo de “pensamento” típico das ciências humanas. Esses “intelectuais” parecem mais preocupados com o regozijo diante do próprio espelho, quando repetem essas ladainhas politicamente corretas, do que com a correta compreensão do mundo como ele é. Natureza humana é uma expressão que simplesmente não existe para essa gente. Tudo seria moldado pelas elites opressoras, tudo é ideologia, menos Marx e Foucault.
Para Pondé, que entende do assunto, estamos diante de um caso de surto psicótico mesmo. E o tratamento deveria ser dar um tempo no gozo com Marx, Foucault ou Piketty, segundo o filósofo. É difícil, porém, pois o narcisismo desses “intelectuais” é enorme, e como eles vibram com a autoimagem de “seres conscientes” que navegam acima dos reles mortais “alienados”! “Narcisistas são pessoas incapazes de se arriscar na vida. Preferem lamber suas próprias imagens no espelho”, escreve Pondé.
A “espada samurai” que pretende cortar essa baboseira produzida no conforto das salas de aula das ciências humanas, na segurança de países capitalistas desenvolvidos, serve ao menos para nos chamar a atenção para essa total irrelevância da área hoje. Já teria passado da hora de reconhecer o ridículo em que chegamos nesses cursos de sociologia, antropologia, história, psicologia e tudo mais. Qual o limite?
Rodrigo Constantino
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