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Com a queda de Aécio Neves nas intenções de voto na última pesquisa, os tucanos já voltaram a falar em prévias:

A avaliação do entorno de Serra é que as manifestações de rua estão fortalecendo a candidatura de Marina Silva sem que ela precise “abrir a boca”. E que Aécio só é imbatível em Minas, e fraco no resto do país — enquanto Serra é forte em São Paulo e tem presença homogênea nas outras regiões. Os serristas preferem o anonimato. Um deles dizia ontem no Congresso:

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— Há um clima de que é necessário se rediscutir a candidatura do PSDB. A pesquisa foi uma surpresa geral. Um susto a queda de quatro pontos do Aécio, depois de tamanha superexposição. Se vierem mais manifestações de rua, quem vai continuar crescendo é Marina. E, se Serra sair do PSDB e disputar pelo PPS, é quase impossível Aécio ir para o segundo turno. Eu não acharia ruim que a Executiva trabalhasse para ele (Serra) continuar no partido, porque se sair, o maior prejudicado é Aécio.

Ausente das reuniões da Executiva e dos diretórios regionais, Serra tem alimentado especulações sobre sua candidatura, mas não explicitou suas intenções para a direção do partido.

O PT tem a “oposição” que pediu a Deus! Enquanto a presidente Dilma sofre com o cenário econômico preocupante, com novos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras, com as manifestações nas ruas derrubando o mito do país maravilhoso que o governo tentou vender, tudo que os tucanos conseguem é brigar entre si.

É verdade que a fama de José Serra é a de alguém obstinado a ocupar a presidência, disposto a ser um trator dentro do próprio partido, ou mesmo a sair do PSDB, em nome desse sonho. Mas, justiça seja feita, Aécio Neves também não entrou em campo com vontade quando o paulista era o candidato. Falta coesão, alinhamento, foco em um projeto partidário e programático em vez de pessoal.

Enquanto os tucanos praticam autofagia, disputando ferozmente o poder interno e se digladiando para ver qual lado leva a melhor, os petistas nadam com mais tranquilidade. Não fossem as inúmeras trapalhadas do próprio PT, a vitória deles seria certa em 2014.

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O Brasil precisa de uma oposição mais organizada, em prol de um projeto alternativo de país. O lulopetismo precisa ser atacado, condenado, e um modelo diferente, mais liberal e menos intervencionista, precisa ser apresentado para tomar seu lugar.

Infelizmente, parece que o PSDB não consegue sequer definir que projeto é esse. É verdade que o partido, após pesquisa de opinião, resolveu atrelar mais a imagem de Aécio Neves às reformas liberais. Mas pelo visto falta convicção dentro do partido, tanto quanto ao modelo mais liberal, como ao próprio candidato que melhor o representa.

Serra é reconhecidamente mais intervencionista, e já teve mais de uma chance para disputar o cargo almejado. Seu patamar de rejeição é bastante elevado. Do ponto de vista liberal, não resta a menor dúvida de que o melhor seria o tucano paulista desistir da corrida e endossar a candidatura do colega mineiro.

Resta saber se Serra será capaz de colocar os interesses do país acima de sua obsessão. Caso contrário, a autofagia tucana vai abrir alas para a permanência do lulopetismo no poder. E o maior perdedor será o povo brasileiro.