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Os desembolsos do BNDES bateram recorde no primeiro semestre ao alcançarem R$ 88,3 bilhões, alta de 65% ano contra ano.

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Com a expansão, o banco já prevê a necessidade de receber mais recursos, provavelmente do Tesouro, para dar conta da projeção de financiamentos de entre R$ 185 bilhões e R$ 190 bilhões em 2013, 30% acima dos R$ 156 bilhões de 2012, afirmou o presidente da instituição, Luciano Coutinho, a jornalistas.

É a Bolsa Empresário a todo vapor. Alguém acreditou no discurso de austeridade fiscal do governo, ou de fim dos malabarismos contábeis? Ao que tudo indica, o governo ainda acredita que deve usar o BNDES para “estimular” a economia, a despeito do péssimo resultado até aqui.

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A verdade é que o BNDES tem sido o grande instrumento de seleção dos “campeões nacionais” por parte do governo. Entre esses “campeões” está o grupo EBX, de Eike Batista, hoje em grandes dificuldades financeiras, ou a JBS (“Boibrás” parece mais apropriado), cujo acionista tem ambições políticas. Qual o critério?

Isso sem falar da “contabilidade criativa” que o governo faz, usando o BNDES para receber dividendos que vêm dos recursos do próprio Tesouro aportados no banco. O BNDES claramente extrapolou suas funções, se é que elas são defensáveis. Ele virou um veículo de transferência de recursos dos mais pobres, pagadores de impostos, para os mais ricos.

Esse ritmo acelerado de empréstimos não se traduziu em retorno para a sociedade. Está na hora de debater mais a fundo isso. Se for o caso, que o BNDES seja até fechado. O que não dá é para continuar nessa toada, prejudicando os brasileiros em nome de uma ideologia ultrapassada, que delega ao governo um poder econômico desmedido e absurdo.