Nos Estados Unidos, empregada doméstica normalmente é coisa de rico. A mão de obra é cara, não porque o governo tenha decretado bons salários. Ao contrário: há bem menos conquistas trabalhistas por lá. É alto porque o país é mais rico, a produtividade do trabalho é maior, e quem deseja ter essa comodidade precisa desembolsar quantia expressiva.
O mercado se adapta. Como a tecnologia nos Estados Unidos é de ponta, pois o capitalismo funciona, em 1990 o MIT criou o iRobot, um robô que faz o serviço de limpeza em casa. Com o tempo, o bicho foi evoluindo, e hoje tem para diversos gostos e bolsos. Conheci o trabalho dele, e realmente é incrível.
Você o programa para a hora que deve começar o trabalho. Quando terminado, ele retorna a seu lugar, deixando a casa bem limpinha. Você chega do trabalho cansado, e lá está seu apartamento, sem sujeira, sem os pêlos dos cachorros espalhados pelo chão.
Boa noticia aos brasileiros: finalmente o iRobot chegará ao Brasil! Chega em boa hora, pois o governo resolveu encarecer o trabalho de empregada doméstica na marra, o que não garante boas alternativas a elas, mas pode criar a necessidade de adaptação por parte dos patrões.
Má notícia aos brasileiros: isso aqui é Brasil, e o robô chegará pelo dobro do preço! Diz a matéria da Exame: Uma possível desvantagem acerca do dispositivo é o seu preço que, para variar, é muito maior no Brasil que nos Estados Unidos. Enquanto na terra do tio Sam, o Roomba pode ser encontrado por 399 dólares, por aqui ele custa quase o dobro: 1,7 mil reais.
Para não variar, ela quis dizer. Na verdade, na Amazon você encontra ele por US$ 378, com 5% de desconto. Por US$ 600 você compra lá o de última geração, o Roomba 780, cheio de apetrechos e novidades que o outro não tem. Mas, ainda assim, sai uns 20% mais barato do que o modelo bem mais antigo que será vendido no Brasil.
Isso sem jamais esquecer que os americanos são, na média, bem mais ricos que os brasileiros. O problema é que nós somos malandros demais. E como gostamos de um governo muito grande, mesmo sem ter de bancar a polícia do mundo (não bancamos nem a polícia local), e que proteja nossas indústrias, acabamos tendo que fazer esse sacrifício patriótico de pagar tudo mais caro!