O show de Bruce Springsteen no Rock in Rio esse sábado foi de arrasar. Com 63 anos, o cantor abriu com “Sociedade alternativa”, de Raul Seixas, para delírio dos fãs brasileiros. “The Boss” sabe cativar sua plateia, e colocou muita energia e emoção em quase 3 horas de espetáculo.
Pena que fora do palco o homem tenha ideias políticas tão ruins… Como muitos já sabem, mês que vem vou lançar meu livro Esquerda Caviar, cuja pré-venda – aproveito para dar a notícia em primeira mão – já está liberada aqui. Precisamos saber separar o artista do “pensador”. Meu foco, na obra, são os pensamentos e o posicionamento político e ideológico dessa turma.
Bruce Springsteen não poderia ficar de fora. Na terceira parte do livro, sobre os ícones do fenômeno (a primeira parte fala das origens, a segunda das bandeiras), lá está ele, “The Boss”, com uma breve análise de sua hipocrisia. Sim, lamento dizer aos fás, mas o homem é hipócrita.
Essa imagem de “cantor operário” e “homem do povo” é pura construção de marketing. Nos bastidores, o cara é um capitalista avarento em busca da maximização de seu próprio ganho. Vejam:
Bruce Springsteen
O cantor, que se identifica com o operário simples, de colarinho azul, é um dos principais cabos eleitorais de Obama. Bruce Springsteen faz vários shows para levantar recursos para o Democrata, e endossa sua luta por “justiça social”, leia-se: mais impostos sobre os “ricos”, que na verdade recaem sobre a classe média.
Tudo muito bem, não fosse sua constante preocupação em reduzir os seus impostos, ainda que se utilizando de brechas legais. O cantor, que ganha milhões enquanto posa como guardião das classes baixas, economiza milhares de dólares em impostos com mecanismos um tanto obscuros. Declara-se um fazendeiro dentro do limite estadual, o que lhe garante subsídios fiscais em toda a sua enorme propriedade. A ganância parece ruim apenas quando é dos outros.
Além disso, algo como 15% da venda total de seus discos se dá pelo canal de distribuição da Wal-Mart. A gigantesca rede de varejo, como sabemos, é vista como inimiga número um dos trabalhadores simples, pois não aderiu ao jogo de sindicalização que, no fundo, atende aos interesses apenas dos sindicalistas.
Para Bruce Springsteen e seus colegas de ideologia esquerdista, a Wal-Mart é uma exploradora do trabalho escravo (que me parece bastante voluntário), e viola as leis trabalhistas. Nada disso vem ao caso quando se trata de usá-la para engordar sua conta bancária. Que nobre!