A dívida pública federal — que inclui o endividamento interno e externo do país — aumentou 3,16% em agosto e chegou a R$ 2,686 trilhões. Conforme relatório divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional, a desvalorização do real fez com que a dívida externa saltasse 4,35% no mês, atingindo o patamar de R$ 134,32 bilhões. Enquanto a dívida interna, que representa 95% do total, teve uma variação positiva de 3,10%, atingindo o patamar de R$ 2,551 trilhões.
Quase R$ 2,7 trilhões de dívida! Sabe o que isso significa, caro leitor? Que cada brasileiro deve uns R$ 13,5 mil por meio do governo, incluindo todos os recém-nascidos e velhinhos. O bebê brasileiro já vem ao mundo devendo, e muito. Se dividirmos o montante pela população ativa, o valor dobra, para uns R$ 27 mil, supondo 100 milhões de brasileiros no mercado de trabalho.
Mas sabemos que muitos não trabalham, que podem até possuir empregos, mas não necessariamente produzem riquezas. O Brasil tem um monte de parasita no setor público e adjacências, pendurados em ONGs, sindicatos e “movimentos sociais”, só mamando em tetas estatais, só pilhando os recursos da iniciativa privada.
Logo, a conta verdadeira é muito pior se calcularmos quanto cada trabalhador de verdade deve através do governo federal. O valor pode chegar facilmente aos R$ 50 mil por pessoa produtiva, assumindo que uns 50 milhões de brasileiros carregam o país nas costas (eu arriscaria um número mais preciso de 41 milhões, por “coincidência” a quantidade de votos que teve Aécio Neves nas últimas eleições).
Para adicionar insulto à injúria, o prazo da dívida é relativamente curto e está se estreitando ainda mais na crise, e seu custo é elevadíssimo, por conta justamente da magnitude do endividamento e da falta de credibilidade do governo:
O prazo médio de endividamento caiu de 4,63 anos em julho para 4,56 anos no mês passado, o que pode indicar um início de deterioração da saúde da dívida, segundo analistas. O percentual de títulos que devem vencer nos próximos 12 meses subiu de 22,44% em julho para 25,20% em agosto.
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O custo médio da dívida acumulado nos últimos 12 meses aumentou 0,94 ponto percentual, indo de 14,99% para 15,93% ao ano. O professor Fernando Zilveti, especialista em contas públicas da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que o percentual está, inclusive, acima da taxa Selic, de 14,25%, o que pode ser preocupante, à medida que o estoque tem aumentado a um custo de financiamento alto.
Como o leitor pode ver, não é nada fácil carregar esse paquiderme chamado estado brasileiro nas costas. Sua obesidade pesa cada vez mais sobre os ombros de quem trabalha e produz de verdade. Os pagadores de impostos são obrigados a deixar quase 40% do que ganham com o governo, sofrem com uma inflação de 10% produzida pelo governo, e ainda assumiram uma dívida de R$ 2,7 trilhões por meio do governo.
Pode parecer implicância, mas certamente não é: o grande vilão do Brasil é o governo. Um governo inchado, incompetente, corrupto, perdulário, intervencionista. O Brasil necessita urgentemente de uma guinada liberal, de uma drástica redução do tamanho e do escopo do estado. A saída é o liberalismo ou o aeroporto!
Rodrigo Constantino