A reportagem de capa do Segundo Caderno do GLOBO de hoje coloca em xeque as cotas nacionais do cinema, uma vez que o Supremo Tribunal vai votar ação contra lei que obriga nossos cinemas a exibir uma quantidade mínima de filmes brasileiros. Sou contra as cotas, claro! É uma reserva de mercado, medida protecionista, assim como sobretaxar carro importado, ou vinho, ou playstation, etc.
Se o filme é bom, terá público e não precisa de cota. Quem deve decidir é o consumidor, não o governo. Uma reserva de mercado, embalada com o nobre argumento de proteção da indústria nacional, é a antítese do livre mercado. Condena o consumidor ao monopólio da oferta, definida por burocratas. Não é preciso muita inteligência para imaginar quem ganha de verdade com isso.
Todos os “amigos do rei” enriquecem, formando uma oligarquia poderosa. A meritocracia desaparece, e em vez de vencer o melhor produto, pela ótica do público, vence quem está mais alinhado com o governo. E é claro, a qualidade do produto fica totalmente esquecida, pois não é ela que garante o retorno.
Só existe um método correto de estimular a indústria de cinema nacional: reduzir ao máximo a interferência do estado, cortando impostos e permitindo a criação de um mercado de financiamento privado, com total foco nas preferências do público. Os esquerdistas de elite detestam esta ideia, pois gostariam na verdade de ditar os gostos alheios, escolher arbitrariamente o que o povo deveria ver nas telas.
Ficam desesperados com o fato de o cinema americano, e não o francês, ser o mais visto no mundo. Não conseguem compreender que é justamente o foco no consumidor que garante o sucesso relativo dos americanos. Gosto não se discute. Mas para essa elite intelectual de esquerda, isso significa não a aceitação do gosto particular de cada um, mas a imposição do seu gosto ao resto. E ai de quem discordar!
Não bastasse essa ditadura de preferências, sabemos que o cinema nacional é bancado praticamente na sua totalidade pelo dinheiro estatal. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras são os grandes financiadores dos projetos nacionais. Ora, qualquer um sabe que o cão não morde a mão que o alimenta. Como esperar um cinema livre de verdade, focando nas preferências do povo e respeitando as leis de mercado?
Os filmes nacionais acabam na melhor das hipóteses com temas limitados pelas ideologias dos burocratas, donos do carimbo e dinheiro, e na pior das hipóteses usados como doutrinação ideológica estatal, como ocorre nos países socialistas. O filme enaltecendo o ex-presidente Lula é prova disso.
É uma verdadeira pena, já que a qualidade dos profissionais do ramo assim como a criatividade do povo brasileiro são indubitavelmente elevadas. O Brasil tinha tudo para desenvolver uma grande indústria cinematográfica, com filmes criativos, abrangendo diversos temas e conquistando o mundo. Mas enquanto as regras e gostos forem impostos por poucos homens do governo, essa oportunidade fica drasticamente reduzida.
Diga não às cotas nacionais! Por um cinema livre.
Rodrigo Constantino
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião