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O Congresso brasileiro, que merece duras críticas e sérias reformas, mas não ser substituído por “conselhos populares”, deu sinal de vida ontem, ao aprovar caráter de urgência na votação do projeto que derruba o Decreto 8.243 da presidente Dilma, com viés claramente bolivariano. A votação, porém, só deve ocorrer após o recesso.

Foi uma experiência interessante ver os discursos na tribuna ontem. Os petistas e os partidos mais ainda à esquerda aplaudiam o decreto, posando de grandes democratas por clamar por mais democracia ainda, como aquela “existente” na Venezuela. Do outro lado, tivemos belos discursos contra essa tentativa golpista e populista de usurpar o poder dos parlamentares, destruindo a democracia representativa.

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Alguns deputados falaram abertamente e sem rodeios sobre o que está em jogo, lembrando, como já fez esse blog, que os tais conselhos eram os “soviets” da antiga União Soviética. Esperidião Amin resolveu provocar o deputado do PSOL, Chico Alencar, dizendo que viu um brilho em seus olhos quando o termo “soviet” foi mencionado. Alencar, então, confirmou, dizendo que era mesmo para achar lindo aquilo do ponto de vista histórico.

Diga-me quem admiras que te direi quem és! Esperar o quê de quem defendeu com unhas e dentes o terrorista assassino Cesare Battisti, foragido da justiça italiana? Nas metas oficiais do PSOL, consta inclusive o termo “soviet” como meio para combater o “neoliberalismo”. Essa gente é saudosista dos tempos de Lênin e Stalin!

Ou seja, o PT estava ao lado de stalinistas ontem, tentando vetar a votação do projeto que derruba o Decreto 8.243, que essa esquerda jurássica aplaude. De um lado, aqueles que falavam português e defendiam a democracia representativa; do outro, aqueles que falavam “presidenta” e enalteciam a foice e o martelo, a tal “democracia direta”, o bolivarianismo, o modelo venezuelano.

Acho curioso – e ao mesmo tempo sintomático da negligência e passividade dos tempos modernos – que muitos repitam por aí que esquerda e direita não mais existem, e que combater o socialismo ou o comunismo é coisa de paranoico da direita (ops, contradição evidente, já que direita e esquerda não existem mais) preso nos tempos da Guerra Fria. Nada mais falso, como podemos ver.

Quem está preso nos tempos da Guerra Fria são justamente esses petistas e seus companheiros do PSOL e PCdoB, que defendem, em pleno século 21, aberrações que foram responsáveis pela morte, miséria e escravidão de milhões de pessoas. Repetir que o comunismo acabou, ignorando que comunistas não só ainda existem, como alguns estão no poder e no Congresso, é fazer o jogo deles, bancar o inocente útil.

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Chico Alencar e seu PSOL são provas disso. Por trás de uma simulada simpatia, jaz o desejo de resgatar aquilo que se perdeu na União Soviética, aquela coisa “linda” chamada comunismo. Não bastaram as cem milhões de vidas inocentes ceifadas no altar dessa nefasta ideologia?

Rodrigo Constantino