Marina Silva, após ter seu pedido de oficializar a Rede negado pelo TSE por falta de assinaturas válidas, varou a madrugada discutindo com seleto grupo de aliados. Alguns debandaram no meio, e mesmo aliados próximos, como Sirkis, fizeram duras críticas ao estilo de Marina. Ela teria falhado na liderança da Rede.
Enquanto escrevo, não se sabe ainda se Marina será candidata pelo PPS de Roberto Freire, ou em algum acordo com o PSB de Eduardo Campos, ou mesmo se será candidata de fato (parece que sim). Esquerda de um lado, esquerda do outro, e seguimos com a hegemonia de esquerda na política nacional.
Não tolero o tom messiânico de Marina, que olha os demais de cima, com ar de superioridade pois não faz parte “disso que está aí”. É mentira, claro. Foi do PT por 30 anos, ministra do governo de Lula, e é animal político e partidário como os demais. Só que convence a esquerda caviar de que paira acima do bem e do mal, com sua capa verde (de perto está mais para avermelhada). Um amigo meu, filósofo, cunhou o apelido “Morena da Selva” para descrevê-la.
Mas não era disso que eu queria falar agora. Marina descreveu o processo decisório da Rede como “consenso progressivo”. O que diabo é isso? Ninguém sabe ao certo. Parece que é debater, debater, e depois, quando várias divergências se mostram quase insolúveis, debater mais um pouco.
O que falta na política hoje é liderança! Logo se vê que Marina não é uma. Vale notar que o Plano Real, as privatizações da era FHC e a Lei de Responsabilidade Fiscal não foram reformas importantes obtidas por consenso, tampouco por “consenso progressivo”. Foram medidas tomadas por lideranças com a coragem de remar contra a maré populista, para fazer o que era certo.
O que me remete à Thatcher, essa sim, uma grande líder e estadista. Disse certa vez a “dama de ferro”:
Para mim, consenso parece ser: o processo de abandonar todas as crenças, princípios, valores e políticas em busca de algo em que ninguém acredita, mas que ninguém rejeita; o processo de evitar justo os problemas que devem ser resolvidos, simplesmente porque não é possível obter um acordo sobre o caminho a seguir. Que grande causa teria sido lutada e vencida, sob a bandeira ‘Eu defendo o consenso’?
Pois é. Que grande causa? Nenhuma. Mas várias causas menores, mesquinhas, políticas e oportunistas sim, foram conquistadas com base no consenso, ou no consenso progressivo, após muito toma-lá-dá-cá.
Procura-se um líder com a coragem de desafiar o status quo da nossa política nacional e sua hegemonia de esquerda.
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