Alô, Wagner Moura! Alô, Chico Buarque! Alô, Verissimo! E tantos, tantos outros ícones da nossa querida esquerda caviar: anotem essa dica imperdível para suas próximas férias (e não digam que não sou um cara legal):
O Emoya Luxury Hotel and Spa, na África do Sul, tem uma atração especial para os seus hóspedes: a Shanty Town. Trata-se da reprodução de uma favela feita no resort de luxo para acomodar clientes “mais extravagantes”.
Com diária de R$ 192 (barraco para quatro pessoas), o cliente pode ter a experiência “autêntica” de viver em uma favela. O barraco é feito com os mesmos materiais das moradias originais da região.
Mas, ao contrário de um barraco tradicional – sem energia elétrica e aquecimento -, cada unidade da favela do resort tem sistema de aquecimento sob o chão e acesso à internet.
A favela de luxo recebe até 52 pessoas.
Vejam o vídeo promocional:
httpv://youtu.be/R5vhgHbr0e0
Isso é ainda melhor do que o lixão limpinho do Projac, onde Zé de Abreu se sentia em casa naquele personagem que lhe expandia o caráter. Vocês podem simular miséria sem nem ter de se misturar aos pobres de verdade!
Não é o máximo? Dá para brincar de pobre e voltar para o Leblon ou Paris de alma lavada! Pensem só, naquele próximo “jantar inteligente”, entre um caviar e outro, você poder jogar na cara da turma descolada:
– Agora sim, posso dizer que conheço a vida em uma comunidade! Fui pobre por uns dias. Fiquei hospedado em um barraco. A calefação era forte demais, isso foi um problema. Mas, tirando isso, que experiência! Entrei em contato com meu “eu”, sabem? Voltei muito mais “espiritualizado”. Ainda li um livro do Chalita durante a estadia. Sou outra pessoa. De verdade. Garçom, traz logo minha champanhe, droga! Que demora, caramba! A gente vai para esses hotéis e esquece como o serviço aqui é ruim…
Tenho certeza de que seus colegas vão babar de inveja. Se forem intelectuais, então, que amam o pobrismo, mas nem sempre podem pagar o voo de primeira classe para enaltecê-lo, é capaz que surtem com tanto rancor.
Boa viagem!