Após as manifestações que tomaram as ruas de várias cidades brasileiras – e mesmo fora do Brasil -, ficou simplesmente ridículo o discurso oficial de que são protestos feitos pela elite. Duas milhões de pessoas foram para as ruas, e tinha de tudo ali. Em comparação, apenas cerca de 30 mil foram “protestar” na sexta-feira 13, muitos em troca de dinheiro. O “povo” foi representado por 30 mil pelegos ou contratados pelos sindicatos, enquanto os dois milhões são da “elite”? O Brasil é uma Suíça e não sabíamos!
Nesse gráfico podemos ver a presença estimada nas diferentes cidades. Manaus reuniu quase 50 mil pessoas. Belém reuniu número parecido. Em Fortaleza foram 20 mil manifestantes. Ou seja, mesmo no norte e no nordeste, redutos tradicionalmente favoráveis ao PT, ficou claro que a insatisfação é crescente. Fingir que só a elite ou eleitores de Aécio Neves foram para as ruas é negar uma realidade evidente: Dilma possui menos de 10% de aprovação apenas!
Mas se o nordeste protestou neste domingo, brasileiros que vivem no exterior também saíram às ruas. No caso de Nova York, nem mesmo o frio impediu a manifestação contra Dilma. Era pouca gente, cerca de cem manifestantes, mas demonstrando o grau de profunda insatisfação com o governo atual. Quem vai morar em Nova York normalmente valoriza o trabalho árduo e a meritocracia, coisas que o PT costuma desprezar.
O mesmo ocorre com os brasileiros que buscaram refúgio ou oportunidades em Miami, na Flórida, o lugar mais brasileiro dos Estados Unidos. Na verdade, muitos chegam a brincar que é o Brasil que deu certo, pois há império das leis, as coisas funcionam, e quem deseja trabalhar de verdade, em vez de viver de esmolas estatais, costuma encontrar oportunidades. E claro que os brasileiros de Miami também iriam protestar contra o PT, sendo a cidade que mais voto deu para a oposição em termos relativos.
Em Bayside, em frente da Torch of Friendship, dezenas de brasileiros marcaram presença para engrossar o coro dos que pedem mudança de governo. As placas diziam tudo: “Brasileiro que produz não quer Dilma”; “Anti-corrupção: fora Lula”; “Fora Dilma, Fora PT, eu sou Brasil”; “Impeachment já: fora Dilma”; “Força Brasil: estamos aqui com vocês”; e minha preferida: “Não quero mudar de país: quero que meu país mude”.
Acho que essa mensagem captura bem o espírito da coisa: os brasileiros que “fogem” para Miami o fazem por desgosto com o Brasil dominado pela mentalidade esquerdista, pois não aguentam mais o discurso patético que condena o lucro, o empreendedor, o capitalismo. Só pelo fato de esses esquerdistas ironizarem o que chamam de “direita Miami” prova como são atrasados e invejosos. Esses brasileiros que vivem na Flórida continuam sendo brasileiros, e muitos adorariam retornar, desde que o Brasil fosse mais decente. E isso significa não ter o PT no poder.
Se o Brasil fosse mais capitalista, com mais liberdade, tivesse um império das leis onde o “jeitinho” e a “malandragem” não se criam, ele teria melhores oportunidades de emprego e menos insegurança e criminalidade. Sem dúvida a maioria que hoje vive em Miami voltaria, produzindo riqueza e trabalho aqui. Mas são esses empreendedores e trabalhadores que acabam sendo hostilizados pela turma do PT e companhia, que prega o socialismo da boca para fora, que elogia Cuba e Venezuela sabendo que jamais escolheria viver lá.
A “direita Miami” não odeia o nordeste, tampouco os pobres brasileiros; ela odeia aqueles que exploram essa pobreza para se dar bem. Ou seja, o PT populista. O sonho desses brasileiros era ver o nordeste mais parecido com Miami, ou seja, com muito mais prosperidade. Mas para isso, eles sabem que é preciso adotar mudanças radicais, abandonar o paternalismo estatal, as esmolas que o governo oferece em troca de votos, e partir para um modelo de capitalismo liberal, o único que efetivamente cria riqueza.
O Brasil precisa de mais gente que admire Miami e abomine Cuba, que admire Nova York e abomine a Venezuela. O PT representa um obstáculo a tal avanço. Parece que boa parcela do Brasil está finalmente acordando para isso. O Brasil precisa mudar, para que tantos brasileiros empreendedores não continuem se mudando, para criar riqueza em outro país. Ser um exilado, um expatriado, nunca é igual a viver no próprio país.
Mas há um limite que essas pessoas conseguem suportar. Produzir em um ambiente tão hostil ao empreendedorismo, ser explorado por um governo corrupto, e ainda conviver com a criminalidade absurda e uma mentalidade disseminada que trata o empreendedor como o vilão, isso já é demais da conta!
Rodrigo Constantino
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