Apesar de novos leilões de swap do Banco Central, o dólar continuou sua trajetória agressiva de valorização frente ao real, passando de R$ 2,37.
O ministro Guido Mantega disse que essa forte alta é ruim para alguns, mas boa para outros, como a indústria. A fala do ministro ocorreu quase simultaneamente ao esforço do BC de segurar a alta da moeda americana.
O que mais assusta nem é o patamar do dólar em si, e sim a velocidade com a qual ele o atingiu. Isso demonstra que há grande nervosismo no mercado. E o dólar já está quase R$ 2,40 mesmo com a intervenção do BC, o que demonstra a robustez do movimento.
Falta sincronia? Alexandre Tombini, presidente (sem autonomia) do BC, deve ter vontade de esmurrar Mantega. Especulação minha, claro. Mas posso até imagina-lo espetando um bonequinho vodu com a foto do ministro colada em seu rosto. O que o governo quer afinal? O BC pretende segurar o dólar, mas o ministro celebra por causa da indústria?
É preciso lembrar que o cobertor é curto. Como o governo não fez o dever de casa, a desvalorização cambial pressiona a inflação. Alguns economistas acreditam que o pass through, ou seja, a transferência da alta do dólar para os preços finais de nossa economia, não será elevado. Mas a economia ainda está quase em pleno-emprego, não nos esqueçamos. E o governo ainda insiste em seus estímulos. Aposta arriscada…
A inflação esperada ainda é muito alta, e isso faz com que a taxa de juros cobrada pelos investidores para aplicar em títulos do governo suba. É o que está acontecendo. Os industriais da Fiesp e companhia, fazendo eco aos economistas desenvolvimentistas, sonham há tempos com uma taxa de câmbio bem desvalorizada. Ignoram que a contrapartida pode muito bem ser uma taxa de juros maior à frente, prejudicando o crescimento.
Não dá para ter e comer o bolo ao mesmo tempo. Algo tem que ceder. No mundo encantado de Mantega, da Fiesp e dos desenvolvimentistas da Unicamp, o governo pode estimular a economia à vontade com crédito artificial dos bancos públicos, gastar mais para ativar a economia, manter a taxa de juros em patamar artificialmente reduzido, e deixar o câmbio disparar sem problemas. Eles acreditam em almoço grátis!
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