Deu na Veja: Arrecadação bate recorde em agosto
O baixo crescimento econômico e o efeito das várias desonerações tributárias já resultaram em uma renúncia de arrecadação federal da ordem de 51 bilhões de reais no ano até agosto, segundo a Receita Federal.
No acumulado do ano até agosto, a arrecadação de impostos e contribuições registra alta real de apenas 0,79% em relação ao mesmo período de 2012, para 722,234 bilhões de reais. Para tentar evitar um desempenho modesto das receitas neste ano, o Ministério da Fazenda busca renegociar dívidas tributárias bilionárias com multinacionais, bancos e empresas, oferecendo desconto nas multas e juros. O objetivo é gerar recursos extras nos últimos meses do ano.
Na última semana, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que a expectativa é que a arrecadação federal cresça de forma gradual.
Mesmo com o ritmo menor, a arrecadação em agosto bateu recorde para o mês, ao somar 83,956 bilhões de reais, informou a Receita Federal nesta segunda-feira.
O número representa alta real de 2,68% sobre igual mês do ano passado, mas está em linha com a previsão de analistas. Em julho, a arrecadação foi de 94,293 bilhões de reais, alta de 0,89% em comparação a igual mês do ano passado.
Não fossem as desonerações, a arrecadação teria sido muito maior. Ou seja, o governo fracassou em tudo que é área, a economia patina, a inflação permanece elevada, as concessões “micam”, a corrupção corre solta, os investimentos em infraestrutura não decolam, mas se tem um setor eficiente nesse governo, é o responsável por arrecadar nossos impostos.
O Brasil precisa de redução na arrecadação de impostos, para sobrar mais recursos com o setor privado, que produz riquezas. Agora, claro que isso não pode ser feito sem a contrapartida de corte nos gastos. Caso contrário, o superávit fiscal desaparece, a credibilidade das contas públicas some de vez.
Ficar fazendo desoneração pontual para estimular consumo e crescimento do PIB no curto prazo não resolve nada. Pelo contrário: apenas agrava o quadro. Qualquer solução para o Brasil passa pelo corte dos gastos públicos e a concomitante redução da carga tributária, de preferência feita de forma isonômica por todos os setores, e favorecendo os investimentos em vez do consumo.
Infelizmente, esse governo não demonstra nenhuma vontade de seguir nessa direção. O leão continua faminto. E nisso o governo é eficiente, só nisso: meter a mão em nossos bolsos!