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Desde que o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse em entrevista ao Estadão que Dilma “não pode fugir da sua responsabilidade” no caso da refinaria no Texas, os petistas avaliam suas armas de cada lado, com um clima cada vez mais tenso.

O Planalto resolveu “entubar” a provocação de Gabrielli até agora, apenas reforçando indiretamente que a compra foi um mau negócio. Ambos os grupos, Gabrielli e Lula de um lado, Dilma e Graça Foster do outro, continuam unidos por um objetivo comum: evitar uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras.

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Como Merval Pereira disse, a presidente Dilma teria cometido um “sincericídio” ao reconhecer o enorme equívoco da compra da refinaria em Pasadena durante a gestão de Gabrielli. Agora, paga o preço de ter feito uma crítica sincera, ignorando seu próprio papel lá atrás, como presidente do Conselho de Administração da estatal, e também o fato de que a nuvem que impede a transparência da empresa serve para proteger seu próprio partido e seu mentor, o ex-presidente Lula.

O editorial do GLOBO de hoje, após breve resumo do caso, conclui que essa confusão toda aumenta a necessidade de uma CPI:

Disso tudo, sai fortalecida ainda mais a ideia da CPI exclusiva — como deve ser, segundo juristas. E fica mais evidente o choque entre o lulopetismo e Dilma, em torno do passado nebuloso da Petrobras. Não esquecer que a gestão Gabrielli tem como patrono o presidente Lula, de cuja campanha à reeleição, em 2006, o então presidente da estatal participou com estrelinha na lapela do paletó. O conflito dentro de hostes do PT realça, ainda, o aparelhamento da estatal pelo lulopetismo, um combo de que participam sindicalistas e frações fisiológicas de partidos aliados na função de padrinhos de técnicos da casa, um estilo gerencial que marca a administração de Gabrielli.

Espera-se que as investigações da PF sobre o ex-diretor Paulo Roberto Costa, um dos elos naquele aparelhamento, ajude a desenrolar, pelo menos em parte, este novelo. Mas a CPI daria uma contribuição essencial no esclarecimento de desmandos e na defesa do patrimônio da Petrobras.

Nunca antes na história deste país a Polícia Federal havia invadido a sede da maior empresa brasileira e prendido um importante diretor seu. São coisas que somente o PT consegue. Ao mesmo tempo, o partido, apesar dessas brigas entre facções internas, faz de tudo para impedir uma investigação mais profunda.

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O ex-presidente Lula chegou a afirmar aos “blogueiros camaradas” que uma CPI tem sempre alto grau de incerteza, lembrando do caso do mensalão e da CPI dos Correios. Ou seja, os petistas alegam abertamente que a preocupação é apenas com o risco de emergir do pântano novos escândalos de corrupção que afetem o partido. Para a estatal em si eles não dão a mínima!

Rodrigo Constantino