Essa é boa: Documentário revela que grupo feminista Femen era controlado por um homem
RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A VENEZA
O grupo feminista Femen ficou conhecido nos últimos anos pela forma incomum de chamar a atenção para os direitos das mulheres: mostrando os seios.
Não houve topless na sessão de “Ukraine Is Not a Brothel” (“A Ucrânia não é um bordel”), documentário da australiana Kitty Green apresentado nesta quarta-feira (4), fora de competição no Festival de Veneza. Mas o barulho foi grande mesmo assim.
O primeiro longa a mostrar os bastidores do grupo formado na Ucrânia revelou que Viktor Svyatsky, tido como um simples consultor do Femen, na verdade é um dos criadores do movimento e o liderava até um ano trás.
“Eu não sabia o papel de Viktor”, conta a cineasta de 28 anos que passou 17 semanas viajando com o grupo, filmou mais de 100 protestos pela Europa e exibiu o longa pela primeira vez em Veneza acompanhada de Sasha e Inna Shevchenko, duas das mais conhecidas integrantes do Femen.
“Essa é a verdade por trás do movimento e nós queríamos contar a verdade, por isso estamos aqui”, conta Inna. “Viktor nos deu a compreensão completa do que o movimento poderia ser, mas ele não faz mais parte do grupo. Ele foi o detonador de tudo, mas agora o Femen tem mães.”
O documentário mostra o fundador do Femen como um homem agressivo e manipulador, que se recusou inicialmente a aparecer no filme de Green. “Foi bom tê-lo em nossas vidas para sabermos como os homens podem ser grandes canalhas. Mantemos Viktor em nossas memórias para ficarmos mais fortes”, diz Sasha.
GAROTAS FRACAS
Em uma das partes mais paradoxais do longa, Svyatsky explica a razão de ter sido responsável pela organização do grupo: “Essas garotas são fracas”. “Sim, é um paradoxo quando existe um homem liderando um movimento feminino”, admite Inna. “Mas o Femen não foi baseado em teorias. As mulheres começaram a se reunir e havia vários homens no nosso círculo. O problema é que ele sentiu que precisava de mais espaço, porque é um homem. E homens precisam ter o poder.”
O filme sugere que a ideia de escolher garotas bonitas para protestar de topless veio também de Svyatsky, mas as suas integrantes negam.
“Infelizmente não posso dizer que Viktor não seja real, mas o modo de protestar foi uma decisão coletiva. Éramos nós na rua gritando, não vamos esquecer isso”, rebate Sasha, sempre lembrando que o Femen agora se espalhou para 10 filiais na Europa, com sede em Paris.
“Não aguentávamos ficar mais sob seu controle. Agora temos várias líderes”, finaliza Sasha.
Muitos pensavam que o feminismo radical era um movimento que nascia da inveja das “mocreias”, que odeiam os homens mas do que amam as mulheres. Mas eis que temos agora um movimento feminista nascido pela malandragem de um homem!
Não por acaso o Femen inovou: em vez de ser composto basicamente por “barangas”, até que tinha algumas razoáveis ou até bonitinhas no grupo. Achamos a explicação: um homem idealizou a coisa toda, inclusive as mulheres “protestarem” com os peitos de fora.
Normalmente, preferem realizar suas manifestações em locais mais seguros do Ocidente, jogando copos de água em párocos e tudo mais. Tinha pouco respeito pelo movimento, tenho ainda menos agora. No dia em que essas moças forem para a Arábia Saudita, Egito e Irã protestar contra a Irmandade Muçulmana e a sharia, começo a rever meus conceitos.
Até lá, vou manter minha opinião: não dá para levar muito a sério pessoas cujo maior “argumento” são as tetas de fora, especialmente se combatem a mentalidade de “mulher objeto”. E essas foram objeto de um macho mesmo. Que piada pronta!
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião