Esqueça essa baboseira de “mais-valia”, de patrão que explora o trabalho e demais equívocos marxistas. A verdadeira expropriação do trabalho vem do próprio governo, que fala em nome do trabalhador. O FGTS, por exemplo. Matéria grande do jornal GLOBO hoje mostra como os trabalhadores são obrigados a “investir” em um fundo que desvia lucros para outros, enquanto ferra o trabalhador. Vejam trechos:
Se fosse uma empresa, teria registrado o segundo maior lucro do país no ano passado, R$ 14,3 bilhões, menor apenas do que os R$ 21,8 bilhões da Petrobras. Mas como é uma poupança do trabalhador, paga pelos patrões e administrada pelo governo, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) exibe um resultado bastante incomum em seu balanço: em meio a uma série de números positivos, o único a perder dinheiro é o trabalhador, que é o dono do patrimônio.
Entre 2002 e 2012, o lucro do FGTS deu um salto de dez vezes (938%) e o patrimônio líquido — dinheiro que o governo usa para investir em infraestrutura — cresceu 433%. O valor recebido pela Caixa para administrar as contas subiu 274% e chegou a R$ 3,3 bilhões no ano passado, e o total depositado aumentou 142%. Já o valor total dos juros e da correção monetária creditados nas contas dos trabalhadores ficou em R$ 8,2 bilhões em 2012, uma alta de apenas 19% na comparação com 2002. E o rendimento das contas nesses 11 anos foi de só 69,15%, bem abaixo da inflação acumulada no período medida pelo INPC (103%), revela estudo inédito elaborado pelo Instituto FGTS Fácil.
— Enquanto o Fundo vai muito bem obrigado, o trabalhador está muito mal, porque, ao não receber nem a atualização monetária, o dinheiro diminui. Não questiono as funções sociais do FGTS, mas se mesmo com isso, com as doações para o Minha Casa, Minha Vida, o Fundo dá lucro, por que o trabalhador precisa ter prejuízo? O governo está ganhando dinheiro com o Fundo, a Caixa ganha, com saldo menor os empresários pagam menos multa. Só o trabalhador perde — diz Mario Avelino, presidente do FGTS Fácil.
O FGTS acaba sendo um mecanismo de transferência de renda dos trabalhadores e empresários aos governantes e seus apaniguados. A Caixa é a maior beneficiada, enquanto o trabalhador fica a ver navios, com retorno menor até do que a inflação.
Mais-valia? É por aí mesmo. Só que Marx entendeu tudo errado: quem se apropria dela é o governo, não o empresário!
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