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Governo Dilma foi espionado pelos americanos: inimigo, amigo ou problema?

Segundo os documentos vazados por Edward Snowden, a NSA, agência de segurança nacional americana, teria espionado o governo Dilma. Tanto a presidente como seus subalternos tiveram emails e telefonemas rastreados pelo governo americano. Ameaça à soberania nacional, sem dúvida. Mas cabe questionar: por que?

Como não sofro de antiamericanismo patológico ou de complexo de vira-latas, ao contrário de boa parte de nossa esquerda, vou tentar analisar o ocorrido à luz da razão, deixando emoções tribais e atávicas de lado. No mais, é preciso lembrar que isso ocorreu durante o governo Obama, o guru das esquerdas. Podemos apenas imaginar qual seria a reação fosse o presidente Bush no poder.

A pergunta que devemos fazer, mesmo reconhecendo a ameaça à soberania brasileira, é o que levaria o governo Obama e sua agência de segurança a espionarem nosso governo e o mexicano, que também fez parte do pacote. Haveria alguma razão para isso, ou é puro abuso de poder, capricho de um império terrível que adora espionar os demais?

Quando pensamos no que está em curso na América Latina, e na relevância do Brasil nesse processo, talvez faça mais sentido o que a NSA fez. A região enfrenta uma “revolução bolivariana” que já tomou o poder em diversos países, encabeçados pela Venezuela sob a liderança do falecido Chávez. Os bolivarianos já demonstraram inúmeras vezes seu ranço antiamericano, e sua afinidade até com terroristas islâmicos e com o Irã. Devem os americanos ignorar isso?

O Brasil é um caso “borderline”, como diriam os psicólogos. Ainda não definiu de qual lado está. Se dependesse do PT, sabemos qual a resposta. Mas temos (ainda) certas instituições, e a resposta decisiva não foi dada. O governo Dilma flerta descaradamente com o bolivarianismo, mostra enorme afinidade com a ditadura cubana (até mesmo transferindo recursos por meio da importação de “médicos”), não demonstra firmeza no combate aos narcoguerrilheiros e sequer reconhece as Farc como grupo terrorista.

O passado da própria presidente também a condena. Foi ela própria uma guerrilheira comunista que sempre odiou o “império estadunidense” e lutou para implantar no Brasil o regime comunista. Não vamos esquecer que essa turma até seqüestrou um embaixador americano. Será que há alguma razão para os americanos desconfiarem das intenções desse governo?

E agora vamos sair do jardim de infância, como diria Luiz Felipe Pondé, e acordar para a realidade como ela é: governos espionam governos. É assim no mundo todo. Ao contrário do mundo do faz de contas, no real há ameaças e articulações para todo lado. As agências de espionagem tentam justamente compreender melhor o complexo tabuleiro de xadrez da geopolítica, medir forças, entender quem dá as cartas e quais os riscos envolvidos.

Como disse o próprio conjunto de slides exposto, os americanos teriam colocado a seguinte mensagem no caso Brasil: amigo, inimigo ou problema? A forma de tentar descobrir isso pode ser condenável ou condenada, trata-se de um bom debate. Até quando vai o direito de se proteger invadindo a liberdade dos outros? Mas a pergunta em si é pertinente, e merece uma resposta.

E então: o governo Dilma é amigo, inimigo ou um problema para os americanos? Eis a questão!

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