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O IPCC, Índice de Preços de Construção Civil, calculado pela Fundação Getúlio Vargas, veio acima do esperado, em 0,43% no mês, contra 0,33% das expectativas do mercado. Nos últimos 12 meses, o IPCC já acumula alta de 7,99%.

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O governo tem sido bastante intervencionista no setor, com o programa Minha Casa Minha Vida e estímulo via crédito imobiliário pela Caixa. Isso acaba pressionando toda a cadeia produtiva do setor, pois os insumos são escassos e limitados.

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Quando o governo demanda material de construção e mão de obra para seus projetos, isso acaba tendo efeito em todas as etapas da construção civil. O preço dos terrenos sobe, a demanda por materiais fica mais aquecida, e o custo do trabalhador aumenta.

Nos últimos 12 meses, o custo da mão de obra já subiu quase 10%, enquanto os materiais aumentaram 6%. Com a oferta limitada, muitas empresas do setor em crise, descascando os abacaxis do passado após um crescimento exagerado e de má qualidade, e baixa produtividade, o impacto da demanda estimulada pelo próprio governo vai direto para preços.

O Brasil pode ou não viver já uma bolha imobiliária. É tema controverso. Mas o que podemos afirmar com mais convicção é que existem vários sinais de excesso no setor. E foram criados pelo próprio governo, de olho nas próximas eleições, alimentando o sonho da casa própria mesmo quando as condições do mercado não permitem isso.