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Israel começa a libertar os prisioneiros palestinos em busca de um acordo de paz:

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As negociações entre palestinos e israelenses começaram há duas semanas, pela primeira vez em três anos. Os presos fazem parte de um total de 104 palestinos que Israel concordou em libertar em quatro etapas. Parentes de israelenses mortos por alguns dos palestinos chegaram a pedir o cancelamento da libertação. Mas um grupo de três juízes determinou que o governo agiu dentro das suas atribuições ao decidir libertar os presos, que já cumpriram vários anos de pena.

Vai funcionar? Pouco provável. Por vários motivos. Entre eles a falta de desejo em realmente obter a paz por parte de lideranças palestinas, o ódio disseminado entre os muçulmanos, que não aceitam a existência de Israel, e o fato de que negociar e aceitar as condições de grupos terroristas sempre foi um convite a novos atos violentos, nunca o contrário. O histórico dessas concessões não é nada bom.

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A prova de que os líderes palestinos não querem de fato a paz está na oferta de Ehud Barak feita nas conversas em Camp David, em 2000.  Ela foi recusada por Arafat, que sequer apresentou uma contra-proposta. Os judeus cederam em praticamente todas as demandas, inclusive um Estado Palestino com a capital em Jerusalém, o controle do Monte do Templo, a devolução de aproximadamente 95% da margem ocidental e toda a Faixa de Gaza, e um pacote de compensação de 30 bilhões de dólares para os refugiados de 1948.

O príncipe saudita Bandar exortou Arafat a aceitar a generosa oferta, afirmando ser um crime sua rejeição. Arafat escolheu esse crime, pois seu terrorismo dependia da manutenção do inimigo, do bode expiatório. Como resultado, milhares de inocentes pagaram com suas vidas essa decisão absurda, com a intensificação dos ataques terroristas que se seguiram como tática deliberada do líder palestino.

Será diferente dessa vez? O Hamas, o Hezbollah e companhia querem, de fato, a paz? Eles pretendem tolerar a existência de Israel na região? Quem quiser apostar nisso, boa sorte! Mas creio que uma dose bem elevada de cautela e ceticismo se faz necessária. Por que, então, tantos judeus defendem todo tipo de concessão aos que lhes enxergam como inimigos mortais?

Em The Oslo Syndrome: Delusions of a People under Siege, Kenneth Levin trata justamente desse assunto, tendo a elite de Israel como foco. Ele descreve que a Síndrome de Estocolmo é uma resposta comum entre populações cronicamente sitiadas, onde minorias são alvo de discriminação, difamação e ataques. O mesmo vale para pequenas nações sob persistente ataque dos vizinhos.

O calcanhar de Aquiles de Israel em particular e do Ocidente em geral, segundo Levin, é justamente a incapacidade psicológica de se defender dos ataques de que são vítimas. Depreciando tudo aquilo que eles possuem de bom e enaltecendo uma visão romantizada dos inimigos, essas pessoas alimentam fantasias de que sua própria abnegação e suas concessões serão suficientes para garantir a paz.

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Infelizmente, a segurança desses povos não depende e não pode ser garantida com base em sonhos românticos. Gandhi disse: “Olho por olho, e a humanidade acabará cega”. Mas quando temos “olho por nada”, quando só um lado cede, parte da população acabará cega: aquela inocente, acovardada, passiva.

Gostaria muito de crer que os líderes palestinos realmente desejam a paz na região, com a presença de Israel. Até hoje, porém, eles nunca deram indícios de que é esse o caso.