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Jean Wyllys: o Maduro brasileiro
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O deputado Jean Wyllys deu chilique e me atacou novamente, escrevendo um texto bem desonesto e infantil em uma daquelas obscuras revistas que pouca gente lê, mas que recebe muita verba estatal. Sei que ele busca holofotes, pois pretende disputar a reeleição como deputado e está em busca de votos. Sei que meu precioso tempo pode ser dedicado a coisas mais nobres e elevadas. Mas como já expliquei aqui, acho importante expor os métodos dessa esquerda radical, para que fique bem claro como ela atua. Portanto, vamos lá.

A desonestidade e a tática leninista que acusar o outro do que é já começam no título: “Rodriguinho e o pensamento infantil”. Ora, nada mais infantil do que chamar o outro no diminutivo, tentando passar uma pseudo-superioridade. Mas tudo bem: vou chamar Jean Wyllys de “Maduro” a partir de agora, apelido que lhe cai muito bem, por motivos óbvios. Maduro me acusa de pensamento binário de desenho animado, com mocinhos contra bandidos:

Em desenhos de super-heróis animados destinados às crianças, a vida é dividida de maneira simples e esquemática: há o Bem e o Mal; heróis e vilões: de um lado, Esqueleto; do outro He-Man, ou, de um lado, a Legião do Mal; do outro, a Liga da Justiça. Nesse esquema montado para estruturas cognitivas de uma criança em formação, o mundo é o cenário de uma guerra entre dois lados perfeitamente definidos, sem contradições nem interseções. 

E não é exatamente isso que faz a esquerda que ele representa? Conservadores são todos ruins, gays são todos vítimas inocentes. Trabalhadores contra patrões; negros contra brancos; mulheres contra homens; gays contra heterossexuais; índios contra ruralistas; etc. Não é essa a estratégia de dividir para conquistar mais manjada de todas da esquerda, do PSOL e do PT? Pois é… Em seguida, o deputado apela para o preconceito e a vitimização:

Vou tentar ser didático e espero que dessa vez ele consiga compreender. E passarei ao largo de suas referências ao BBB, porque estas são frutos de sua inveja mal-disfarçada do sucesso alheio. Deve ser mesmo frustrante para alguém criado a Toddy e Ovomaltine em bairros nobres e formado em escolas papai-pagou-filhinho-passou ter de ver um gay assumido, mestiço, nordestino, sem apadrinhamentos nem capitanias hereditárias, vindo das camadas mais pobres da população na posição que eu ocupo hoje. 

As referências ao BBB são apenas porque foi esse programa raso e inútil da TV Globo, que a própria esquerda adora odiar, que lhe deu toda a fama que tem, inclusive o cargo de deputado (mesmo assim, precisou pegar carona nos votos de Chico Alencar, pois teve apenas 13 mil votos). Mas devo morrer de inveja de tanto “sucesso”, sem dúvida. Uma posição invejável, de líder de um movimento gay que não tem o respeito sequer de vários outros homossexuais, por bons motivos. Só não sei se tenho mais inveja de Jean Wyllys, o Maduro, ou do Ban-Ban.

Sobre a boa escola paga pelo “papai”, o deputado deveria ter menos preconceito. Não quer melhorar a qualidade de nossas escolas públicas? Tem raiva de todo aquele pai de classe média ou alta que pode dar ao seu filho um ensino melhor, pagando por isso? Se eu tivesse “estudado” em uma escola pública, cheia de greves e com doutrinadores marxistas, e hoje não soubesse ler direito nem fazer contas, então eu seria elogiado pelo deputado? Quem sabe eu poderia ter o “sucesso” de ser um deputado socialista…

Sobre o fato de ser gay, nordestino e mestiço, eu poderia citar tantos outros representantes dessas “minorias” que gozam de minha estima… mas o que seria do deputado sem o discurso de vítima? É tudo que o pobrezinho sabe fazer na vida: gritar e posar de vítima.

O deputado insiste em sua contradição, ao negar que adota a narrativa de vitimização das “minorias” contra os “imperialistas” brancos ocidentais, para logo depois colocar justamente esses brancos como os responsáveis pelo continente mais homofóbico do mundo, a África negra:

Tentei que ele compreendesse que as primeiras leis homofóbicas desse continente (as chamadas leis “antissodomia”) foram levadas pelo Império Britânico quando dominava vastos territórios por ali; e que a onda de preconceitos anti-homossexuais que infelizmente tem se espalhado por lá nos últimos anos não tem raízes nas culturas africanas, como o colunista imagina, mas na religião dos conquistadores e, mais recentemente, na ação política de igrejas evangélicas fundamentalistas dos EUA que investem milhões de dólares na “evangelização” desses povos, usando o preconceito contra os homossexuais como estratégia de marketing e financiando campanhas de políticos homofóbicos.

Novamente a perfídia! O deputado Jean Wyllys tenta, sim, imputar aos brancos a culpa pela enorme homofobia africana, por conta da colonização lá do passado! Deputado “Maduro”, explique porque as ex-colônias inglesas, Austrália e Hong Kong, não têm a mesma homofobia! Se é influência cristã, explique porque a Austrália é um lugar tolerante com os gays! Explique como o próprio Ocidente é o mais tolerante de todos com os gays! Explique porque vários outros países africanos, menos influenciados pela Europa, são ainda mais homofóbicos do que a Uganda! E explique, finalmente, porque a África do Sul, aquele país que mais influência inglesa sofreu na África, é o menos homofóbico por ali! Não fuja feito um covarde, deputado!

Um leitor meu apontou mais incoerências: O viril deputado só esqueceu que em Uganda a poligamia também é legal. Um tanto estranho para um país de “herança cultural ocidental”, legalizar a poligamia não acham??? Uganda a exemplo dos outros países africanos, tem uma forte cultura tribal e sim eles são homofóbicos, os africanos odeiam gays e isso não é devido a cultura cristã. Os alemães, os suecos, os dinamarqueses e os holandeses tem herança cristã e não são homofóbicos. Quer outro exemplo: O reggae jamaicano tão exaltado como exemplo de paz e amor com seu lema “one love” enquanto a Jamaica é um dos lugares mais homofóbicos do mundo.

Pois é, os malditos fatos! Mas se cobrarmos coerência dessa esquerda, não sobra mais nada. É pura retórica vazia, oportunista, sensacionalista. Vejam essa lista dos 20 países mais amigáveis aos gays no mundo: o Canadá está logo em terceiro, a Austrália em quinto e a Inglaterra em sétimo. Mas a culpa das leis antigays da Uganda é da… Inglaterra! Detalhe: o primeiro lugar é da Espanha, um dos países mais católicos do mundo.

Se as igrejas evangélicas americanas têm tanto poder de influência assim, deputado Maduro, então como é que a poligamia continua valendo como regra na Uganda? Responda isso, para não provar ao leitor sua desonestidade intelectual, que salta aos olhos… e tudo isso porque, como eu havia dito no meu primeiro artigo que Jean Wyllys tentou rebater, sem sucesso, no GLOBO, toda a narrativa precisa colocar o Ocidente como culpado por todos os males. Maduro não tem coragem de admitir que os negros africanos, em sua maioria, são homofóbicos…

E nada disso tem a ver com a esquerda e a direita — afinal, da mesma maneira que o Império Britânico levou leis homofóbicas à Índia e às colônias africanas, o estalinismo soviético levou homofobia e outras calamidades aos países socialistas. A história da humanidade vai além, muito além, do esquema mental e da indigência intelectual que a divide em Legião do Mal e Liga da Justiça.

Menos mal assumir a homofobia soviética. Saiba, Jean Wyllys, que os comunistas e socialistas foram os que mais perseguiram homossexuais, depois dos islâmicos. Em Cuba, eram levados para campos de concentração. Recomendo a leitura da biografia de Reinaldo Arenas, Antes que Anoiteça, que virou filme com Javier Barden. Agora explique ao seu eleitor: por que está no PSOL, um partido socialista, que defende Cuba? Por que usa uma boina no estilo do machista homofóbico Che Guevara? Ignorância? Masoquismo? Oportunismo? Síndrome de Estocolmo?

Também é fato que as sociedades ocidentais, capitalistas e com democracias liberais (nem todas as sociedades capitalistas são ocidentais, nem todas são democráticas), no último século, avançaram mais (e mais rápido) no reconhecimento dos direitos humanos da população LGBT e outras minorias, do que outros regimes.

Então por que você está em um partido SOCIALISTA, deputado Maduro? Então por que a esquerda radical sempre cospe tanto nas sociedades capitalistas ocidentais? Como sair desse impasse? É simplesmente impossível. O que prova sua desonestidade intelectual, e que você, deputado, não passa de uma farsa.*

Sobre o movimento gay (não confundir com os gays em si) não ser de esquerda nem direita, um amigo jornalista resumiu bem a falácia da afirmação:

Qualquer pessoa que conheça o mínimo do movimento gay no Brasil, sabe que ele foi criado – e alimentado com verbas públicas – pela esquerda, muito antes de o PT chegar no poder. O PT apenas aumentou substancialmente essa verba, mas, já no governo FHC, a pretexto de combater a Aids, os gays de passeata se tornaram donos do Ministério da Saúde e passaram a receber verbas para realizar passeatas e estudos acadêmicos, nos quais o grande inimigo é o sistema capitalista.

Isso não é opinião. São dados. As passeatas gays e os estudos de gêneros que garantem sinecuras acadêmicas aos militantes gays não surgiram espontaneamente – foram criados pelos partidos de esquerda que convenceram o Estado a tutelá-los.

* Para quem quiser conhecer melhor a farsa que é Jean Wyllys, o socialista revolucionário, o lobo em pele de cordeirinho vitimizado, recomendo esse vídeo curto que as “Garotas Direitas” fizeram:

httpv://youtu.be/LS72CRET9y8

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