Quando pessoas bem informadas e que sempre pareceram sérias decidem ingressar na política, isso é sinal de que há esperança. Não só Tiriricas ou jogadores de futebol ou funqueiras resolvem aderir ao mundo político, mas também bons jornalistas como Lasier Martins. Participei de dois programas “Conversas Cruzadas” sob seu comando, e me pareceu alguém preparado e decente.
Leio, então, com certa felicidade a notícia de que resolveu se candidatar a senador em Porto Alegre. Mas a felicidade dura muito pouco. O motivo? Lasier escolheu o PDT como partido. Eis, segundo a matéria, os motivos que ele apresentou para a escolha:
O comunicador escolheu o PDT por dois pontos principais. Segundo ele, o partido tem compromisso com a educação das crianças e dos jovens. Além disso, Lasier diz seguir os passos do seu pai, que sempre foi “brizolista”. “É um pouco sentimental. Deixei o coração falar mais alto. Meu pai era um trabalhista, um brizolista. Fui muito a comício”, destacou. “Acho que estava na hora certa para um novo desafio. Na comunicação acho que já fiz o que poderia ter feito”, completou.
Compromisso com a educação das crianças e dos jovens? Nem aqui, nem na China! Os CIEPs, desde os tempos de Brizola, eram pura propaganda eleitoral, colocados estrategicamente em beirada de estradas para chamar a atenção de quem passava, enquanto os alunos viviam sem aulas, com os professores em greve.
O apresentador pode não saber direito, pois mora em Porto Alegre, mas seu conterrâneo fez um estrago e tanto aqui no Rio. Blindou as favelas da ação policial, e ganhou, como brinde, a “honra” de virar apelido de droga nas comunidades. Se as favelas cariocas são fortalezas do crime, em boa parte isso se deve ao brizolismo.
Hoje, o PDT vive uma decadência total, com a debandada de gente do quadro histórico. Carlos Lupi tomou conta do partido. O fator sentimental até podemos compreender, mas não é porque o pai errou que o filho deve insistir no erro. Lasier fez uma péssima escolha, demonstrando que há uma hegemonia da esquerda na política nacional.
O susto que levei quando vi a notícia inteira, incluindo a escolha do partido, foi similar a esse susto que o próprio Lasier tomou enquanto cobria um evento sobre uvas: