Uma das maiores corretoras de Wall Street, a Merrill Lynch, que foi comprada pelo Bank of America após a crise de 2008, fechou o maior acordo da história de indenização contra racismo. Pagará US$ 160 milhões para encerrar o processo judicial.
Eis o mais bizarro de tudo: o valor será pago a todos os corretores negros que trabalham ou trabalharam na empresa desde 2001! Qual o sentido de algo assim? Há um caso de racismo sistêmico, generalizado na empresa? Todos os negros foram vítimas de racismo, de fato?
Claro que não pode ser esse o caso. Logo, temos um típico sinal dos tempos, em que o indivíduo desaparece e dá lugar ao grupo de classe, raça ou gênero. Na era moderna, existem apenas “minorias”, e a menor de todas, o indivíduo, passa a ser solenemente ignorada.
Como se prova que houve racismo contra todos os funcionários negros? Ora, mostrando que as comissões de corretagem, na média, foram menores para eles. Só que isso não prova absolutamente nada! Não obstante a dificuldade de estabelecer quem exatamente é negro (não vamos esquecer os misturados), comparar os ganhos médios é torturar números para que confessem o que desejamos.
A comissão de um corretor é um percentual do que ele gera de corretagem para a firma. Tal valor é estritamente igual para todos: homens, mulheres, negros, brancos, deficientes etc. O que vai variar é quanto cada um gerou de montante final para a empresa. Mas ora, se a pessoa produziu menos corretagem, não parece natural que receba menos bônus?
Não importa. Tampouco importa que, na média, os funcionários brancos tenham gerado mais corretagem por vários motivos diferentes do racismo, como, por exemplo, um convívio com vizinhos mais ricos, novamente na média, o que pode justificar melhores contatos para clientes. Racismo?
Há só um detalhe irônico nesse caso absurdo: o maior salário da Merrill Lynch era… de um negro! Sim, ninguém menos que o CEO da corretora era negro (o ex-presidente Lula não sabia disso quando culpou apenas os “brancos de olhos azuis” pela crise). Stanley O’Neal amealhou milhões de dólares em bônus durante sua gestão. Talvez tenha sido vítima de racismo interno…
Até quando vamos avançar nessa mentalidade coletivista que só enxerga classes ou raças, e nunca indivíduos? Até onde vai a “marcha dos oprimidos”, essa tática de explorar a culpa das elites em busca de vantagens para “minorias”? Tamanha vitimização já cansou, passou de todos os limites.
Quem souber inglês pode ver o que Peter Schiff tem a dizer sobre o caso da Merrill Lynch:
httpv://www.youtube.com/watch?v=h_ZUNquLUwU
Recomendo também meu vídeo sobre essa revolução das vítimas, com base em um ótimo livro de Bruce Bawer, que é gay assumido, mas não aguenta mais tanto coletivismo e vitimização nesses movimentos de minorias:
httpv://www.youtube.com/watch?v=EsSUzc7QOLo