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Agora foi a vez de a Moody’s, agência de risco americana, emitir um alerta sobre os riscos políticos na Petrobras:

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A Petrobras representa o maior risco operacional entre as petroleiras estatais da América Latina, além de alto risco financeiro decorrente da política de represamento dos preços de combustíveis no País. A avaliação é da agência de classificação Moody’s, que divulgou nesta manhã um relatório em que analisa o cenário de crédito para as empresas nacionais de petróleo da região. De acordo com a agência, as grandes estatais do setor enfrentarão deterioração dos indicadores de crédito até 2016, em função dos investimentos estimados em US$ 100 bilhões para cumprir suas estratégias de crescimento. 

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No caso da Petrobras, a agência destaca que a estatal irá enfrentar também “riscos políticos substanciais” pois está “cerceada pelas políticas de preços para gasolina e óleo diesel”. A Moody’s ressalta ainda que o cenário macroeconômico do País tem “desacelerado” desde a crise de 2009, e a expectativa da agência é de crescimento de apenas 1,5% no PIB brasileiro. 

“A menor atividade econômica levou o governo brasileiro a depender mais pesadamente da Petrobras para controlar a política econômica em relação à inflação. Os preços domésticos para a gasolina e diesel, que variaram entre 10% a 20% abaixo do preço internacional (dependendo da taxa de câmbio), coloca um obstáculo significativo na rentabilidade da Petrobras”, diz o relatório. 

A Moody’s também criticou a ingerência do governo na estatal brasileira, citando a sua presença no conselho de administração da companhia. “O governo utiliza rotineiramente a empresa para ajudar a cumprir os seus objetivos políticos como, por exemplo, a construção de refinarias em regiões não econômicas para estimular o desenvolvimento, e o controle da inflação, mantendo os preços da gasolina e do diesel abaixo valor de mercado”.

Tudo bastante óbvio para quem acompanha o dia a dia do noticiário político no país ou as ações da estatal, que só caíam até as pesquisas mostrarem melhora de Aécio Neves e queda de Dilma. Resta apenas perguntar: será que o governo vai exigir um “pedido de desculpas” da Moody’s também, e obrigá-la a se retratar e demitir os analistas responsáveis?

Rodrigo Constantino

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