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A Petrobras está envolvida em mais uma denúncia de corrupção. O engenheiro João Augusto Rezende Henriques, ex-funcionário da Petrobras, denunciou um esquema de corrupção na Diretoria Internacional da estatal que favoreceu o PMDB. O GLOBO resume:

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Segundo ele, todos os empresários com contratos na área internacional a partir de 2008 tinham de pagar um pedágio que era repassado ao PMDB, sobretudo à bancada mineira do partido na Câmara, responsável pela indicação do ex-diretor internacional da Petrobras Jorge Zelada, que deixou o cargo em julho do ano passado.

Segundo Henriques, de 60% a 70% do dinheiro arrecadado dos empresários eram repassados ao PMDB. O dinheiro servia para pagar campanhas políticas ou para encher os bolsos dos deputados. A maior parte da verba do pedágio seguia para os dez deputados do partido em Minas, entre eles o atual ministro da Agricultura, Antonio Andrade, e o presidente da Comissão de Finanças da Câmara, João Magalhães.

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Mas o dinheiro, segundo Henriques contou ao repórter Diego Escosteguy, da revista “Época”, não ficava apenas com os políticos do PMDB. O secretário das Finanças do PT, João Vaccari, recebeu o equivalente a US$ 8 milhões durante a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Henriques disse que organizou, com Vaccari, o repasse para a campanha de Dilma. O dinheiro, segundo ele, foi pago pela construtora Norberto Odebrecht, em razão de um contrato bilionário fechado na área internacional da Petrobras, que dependia de aprovação do então presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, do PT.

As denúncias ainda terão de ser investigadas, naturalmente. Mas a probabilidade de serem verdadeiras são altas, quando lembramos da quantidade de escândalos que envolvem a estatal. Basta lembrar da forma escancarada que alguns políticos lidam com a empresa, como se ela fosse uma vaca leiteira para seus fins espúrios (o deputado Severino Cavalcanti pedindo a área da Petrobras que “fura poço e tira petróleo” para selar aliança política com o então presidente Lula).

Pergunto: alguém consegue listar escândalos do mesmo tipo na Vale, após sua privatização? Claro que não, pois agora há sócios do setor privado mais atentos ao destino de seus próprios recursos. A condição de estatal é um convite a abusos dessa natureza. A Petrobras acaba envolvida em tantos escândalos pois lida com o dinheiro da “viúva”. O que é de todos, não é de ninguém. Ou melhor, é de alguns poucos, que falam em nome de todos…

Quer reduzir os escândalos de corrupção na Petrobras? Então só há um jeito eficaz, de verdade: Privatize Já!