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O Fundo Monetário Internacional (FMI) finalmente soltou seu relatório sobre o cenário econômico brasileiro, fazendo duras críticas ao quadro fiscal e reduzindo a taxa de crescimento potencial, ou seja, aquela que pode ser sustentada sem pressionar muito a inflação.

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O FMI apenas veio fazer coro ao time que só aumenta. A OCDE fez críticas também, a revista britânica The Economist colocou em xeque nosso futuro, questionando se o governo tinha destruído a grande oportunidade, as agências de risco ligaram o alerta para rebaixar a nota do Brasil, enfim, quem tem olhos para enxergar, está vendo a rápida deterioração do país.

Menos as autoridades no governo. Esses vivem no mundo da lua, no país das maravilhas, onde malabarismos contábeis são confundidos com esforço fiscal verdadeiro e congelamento de preço é confundido com combate à inflação.

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Quanto mais tempo levar para a equipe econômica acusar o golpe e reconhecer seus grandes equívocos, mais doloroso será o ajuste necessário depois. Os erros vão se acumulando, os desajustes se avolumando, e o custo de colocar a casa em ordem fica cada vez maior.

Tudo no governo parece voltado apenas para as eleições. A comemoração do leilão de Libra, por exemplo, não faz sentido algum. Leilão de um único participante, sendo que a própria Petrobras terá de arcar com 40% do total? Mas o governo só pensa nos R$ 15 bilhões que vão ajudar nas contas fiscais. Tudo míope demais.

Enquanto isso, o Tesouro já garante outros R$ 20 bilhões para o BNDES, que já recebeu mais de R$ 300 bilhões nos últimos anos. E o governo finge que isso não afeta as contas públicas, pois a dívida líquida não aumenta (o débito do Tesouro é crédito do BNDES com os tomadores de empréstimo). Só que a dívida bruta sim, continua em alta, acendendo todas as luzes amarelas dos investidores:

Como a apreensão do mercado aumenta a cada dia, e não há sinalização do governo de que os desajustes serão realmente endereçados, a taxa de juros real sobe como resultado. Os investidores cobram mais prêmio para apostar no Brasil, pois o futuro é cada vez mais incerto:

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Os brasileiros têm duas alternativas diante disso tudo: aceitar a velha retórica nacionalista e acusar o FMI, a OCDE, a The Economist e as agências de risco de “imperialistas” que desejam apenas explorar o Brasil; ou podem aceitar que as críticas são pertinentes e que o governo perdeu o rumo da economia, o que demanda, dos próprios brasileiros, uma atitude em 2014, nas urnas.