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“O Estado é melhor como jardineiro, que deixa as plantas crescerem, do que como engenheiro, que desenha plantas erradas.” (Roberto Campos)

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A imprensa de forma geral costuma receber uma crítica legítima: a de que compila apenas desgraças, pois vendem mais, ajudando a criar um clima de pessimismo crônico. Ao ler um jornal, o sujeito sai com a impressão de que só há no mundo tragédias, assassinatos, acidentes, aquecimento global, corrupção. A vida não pode se resumir a isso. E o lado bom?

Em defesa da imprensa, digo que o leitor deve dividir a responsabilidade: as notícias boas do cotidiano não vendem tão bem. Ou seja, a demanda parece ser por catástrofes mesmo. O medo é um sentimento poderoso, sem falar daquela expressão alemã, schadenfreude, que quer dizer basicamente sentir regozijo ao estar próximo da desgraça alheia – até porque não foi com a gente, então nos sentimos mais vivos.

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Pois bem: eis que os jornais, a televisão e as revistas acabam disseminando aquilo que não dá certo, as preocupações do dia a dia, nossos infindáveis problemas. É esse seu papel mesmo, que só pode ser cumprido por uma mídia independente do governo – até porque muitos dos problemas envolvem justamente o governo, como os escândalos de corrupção, a ausência de segurança, as estradas assassinas, a inflação, etc.

Com isso em mente, só posso aplaudir a série da Veja que terminou esta semana, sobre o Brasil que dá certo. A equipe de jornalistas da revista fez uma peregrinação Brasil adentro, descobrindo e revelando casos bem-sucedidos de empreendedorismo, que trouxeram prosperidade relativa para seus locais. Compartilho com o leitor a conclusão da revista, que corrobora com o diagnóstico que os liberais vêm fazendo há décadas:

O estado brasileiro muito ajudaria se não atrapalhasse tanto. Com escopo mais reduzido, focado em suas funções precípuas, garantindo o império das leis, as regras do jogo, a segurança de todos e o básico de infraestrutura, o restante ficaria a cargo dos indivíduos, da iniciativa privada, do que chamamos de mercado, uma formação espontânea, sem um arquiteto por trás, sem o controle de um grupo de “ungidos” que se julgam clarividentes, oniscientes e incorruptíveis.

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Se o Brasil como um todo quer mesmo dar certo, então precisa dar uma chance ao livre mercado!

Rodrigo Constantino